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STEPHENS, Henry Morse | |||||||||||||
Orientando-se segundo a organização cronológica da narrativa, o historiador português enumerou e corrigiu inúmeros lapsos e inexactidões – como datas incorrectas ou interpretação pouco exacta de alguns factos – patentes no texto de Stephens. Embora reconhecesse que algumas das imprecisões derivavam de limitações linguísticas em relação à língua portuguesa, Oliveira Martins revelou uma atitude particularmente crítica no que diz respeito à sua análise das relações luso-britânicas. Valorizou, em contrapartida, a exaltação do heroísmo português por parte do historiador escocês. A história de Portugal foi, sem dúvida, um dos temas que mais estimulou Stephens enquanto historiador. Porém, a investigação histórica que desenvolveu não se esgota, de forma alguma, nessa temática. Outra das matérias que o mais motivou foi a Revolução Francesa, dedicando-lhe vários estudos, entre os quais deve destacar-se A History of the French Revolution (3 vols.), publicada entre 1886 e 1891, e Revolutionary Europe (1789-1815), vinda a público em 1893. Problemáticas que se mantêm ainda hoje no cerne do debate historiográfico, como a questão dos nacionalismos e da nação, foram também objecto da sua reflexão e análise. Há, no entanto, um tópico sobre o qual Stephens se pronunciou em diversas ocasiões, que vale a pena desenvolver. A vasta experiência como docente e o labor que realizou enquanto historiador durante largos anos, permitiram-lhe formar uma sólida opinião acerca do que deveria ser o estudo da História e de quais deveriam ser as exigências do trabalho historiográfico. Demarcando-se das Filosofias da História, Stephens revelou-se um propugnador das ideias da «German Historical School», fundada por Niebuhr e Ranke. Do seu ponto de vista, a escrita da história devia pretender-se rigorosa («accurate») e imparcial, privilegiando a busca da verdade em detrimento do estilo da narrativa. Para tal, o historiador deveria, em primeiro lugar, fazer uma pesquisa paciente e cuidadosa, e, depois, analisar criticamente a documentação. Além disso, deveria dar prioridade a fontes contemporâneas da época em estudo, recorrendo a trabalhos posteriores apenas como introdução às fontes. Um tópico central no pensamento de Henry Morse Stephens no que se refere à escrita da história, é a questão da verdade. A seu ver, «[the] truth should be the aim of the historian’s quest» (“History”, 1901, p. 52), o fim último de todo o trabalho historiográfico. |
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