Affonso d’ Escragnolle Taunay nasceu em Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis-Santa Catarina-Brasil) em 11 de julho de 1876, cresceu e se educou na capital do então Império do Brasil, Rio de Janeiro, de onde se mudou apenas aos 23 anos para trabalhar em São Paulo. Era filho de Cristina Teixeira Leite Taunay (1854-1936) e de Alfredo d’ Escragnolle Taunay (1843-1899), mais conhecido pelo título de Visconde de Taunay, que lhe foi concedido pelo Imperador D. Pedro II em 1889. A família Taunayvveio para o Brasil integrando a Missão Artística Francesa de 1816, uma das iniciativas ilustradas do monarca D. João VI. Na ocasião, Nicolau Antônio Taunay (membro fundador do Instituto de França, paisagista e pintor de história) e seu irmão Augusto Maria Taunay (decorador do Palácio do Louvre e escultor da manufatura de Sèvres) aceitaram o convite de Joachim Lebretonpara compor um grupo que fundaria a Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, cujos integrantes eram Jean BaptisteDebret, Carlos Simão Pradier, Segismundo Neukomn, Grandjean de Montigny e Marcos e Zeferino Ferrez.

A viajem para o Brasil trouxe praticamente toda a família e dentre os filhos de Augusto Maria Taunay estava Félix Emílio Taunay que substituiu o pai na cadeira de pintura da Escola de Belas Artes, da qual chegou a ser diretor. Com vocação para humanidades, foi preceptor de D. Pedro II, além de ter dado origem à família Escragnolle-Taunay ao casar-se com a filha do Conde d’Escragnolle (1785-1828) oriundo de uma família que chegou ao Brasil em 1808. Félix Emílio participou intensamente da vida cultural do Rio de Janeiro ocupando-se, em colaboração com Grandjean de Montigny, de projetos de urbanização e ajardinamento da cidade, traduzindo obras didáticas francesas para o uso de estudantes no Brasil e em 1838 foi um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Este legado foi transmitido ao filho Alfredo d’Escragnolle Taunay, nascido em 1843, homem de reconhecido destaque na vida política, militar e literária. Formado em engenharia militar, participou de um dos episódios da guerra do Paraguai, A Retirada da Laguna, cuja narrativa ele compôs após a chegada dos “fundos sertões” de Mato Grosso utilizando-se de anotações e, principalmente, da memória.

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