Ele, Jorge de Lorena, brasileiro nascido no Rio de Janeiro e entregue pelo pai a um parente, comandante de um galeão real, foi para Portugal aos doze anos. Após quinze anos de navegação e combates, retorna à terra natal como comandante para combater os invasores e encontrar o seu grande amor. Essa obra foi avaliada em 1911 pelas comissões de admissão dos sócios, tanto doInstituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) quanto do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (IHGSP), e permitiu seu ingresso nessas importantes instituições historiográficas daquele tempo.

Sua colaboração na imprensa foi ampla e duradoura, com destaque para as publicações no Jornal do Comércio (São Paulo e Rio de Janeiro), Revista do Brasil, Digesto Econômico, Revista do Arquivo Municipal (São Paulo), Revista Numismática, Revista do Instituto do Café, Revista da Academia Paulista de Letras, Revista da Academia Brasileira de Letras, Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e, sobretudo, na Revista do Museu Paulistae no veículo criado por ele para a publicação de estudos históricos e documentos, os Anais do Museu Paulista.

A criação desse periódico se deu como parte das comemorações do Centenário da Independência do Brasil em 1922. Nomeado para o cargo de diretor do Museu Paulista em 1917, Taunay assumiu um museu consolidado como referência nacional e internacional nos estudos em diversos ramos das Ciências Naturais e o transformou em um Museu de História dedicado à epopeia bandeirante. Sua missão era preparar aquele espaço que trazia um esqueleto de baleia no hall de entrada e o quadro de Pedro Américo “Independência ou Morte!”, pintado entre 1886 e 1888, no Salão de Honra em um museu capaz de contar a história de um território colonizado pelos portugueses que se tornou um país independente em 1822. Com uma visão museológica aguçada, Taunay foi responsável pela remodelação completa do Museu Paulista, pois, a partir da recolha de documentos visuais, sobretudo da cartografia colonial, e textuais e da utilização desse material para a orientação de pintores e escultores com quem trocava cartas cotidianamente, Taunay criou os cenários que contam a história daquilo que ele chamou de a “conquista do Brasil pelos brasileiros”.

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