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A cisão Norte ariano/Sul semita é uma peça-chave no seu pensamento e interpretação da História de Portugal, conferindo-lhe um cunho de originalidade que o faz diferir de outros autores contemporâneos – Téofilo Braga, por exemplo - que também valorizaram o factor étnico. A causa primitiva da decadência, o momento de ruptura com o Portugal medievo deu-se, para Basílio Teles, com a revolução de 1383, que significou o triunfo da burguesia mercantilista e cosmopolita de Lisboa. A preponderância deste grupo social e a adopção de uma nova estratégia económica, que se consubstanciava numa política de comércio e transporte em detrimento da agricultura, implicara, na sua óptica, o fim do modo de vida sóbrio e honesto que predominara até então, substituído pela dissolução dos costumes e a ociedade das gentes (Id., p. 346). A este erro primordial, como lhe chamava Basílio Teles, tinham vindo depois juntar-se outros factores: o despotismo monárquico, o fanatismo religioso e a mania das grandezas. Estas tinham sido, no seu entender, as causas da decadência do povo português – traduzida no abastardamento do carácter e na aquisição de numerosos vicíos -, que havia conduzido à falta de um objectivo comum «susceptível de imprimir direcção e convergências às energias individuais descoordenadas» (Do Ultimatum ao 31 de Janeiro, 1905, p. 163). Áqueles que se ufanavam de um passado glorioso de descoberta de ilhas, continentes e novos povos. Basílio Teles respondia: «Desenganemo-nos todos, por mais que a verdade amarrote o nosso orgulho: o que à Europa civilizada nós demos, ou mais propriamente, vendemos, foi o pau brasil e a pimenta» (Estudos históricos..., p. 58). |
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