Nesta senda, Biblos propôs-se abordar, dentro do campo de estudos abrangido pela Faculdade de Letras, temas e problemas de linguística, literatura, filosofia, arte, história, geografia, arqueologia, sociologia, e pedagogia, privilegiando a incidência dos mesmos sobre o caso português, incorporando simultaneamente recensões críticas, reprodução de conferências e inclusive actas de congressos. Os objectivos compreendiam: a divulgação de estudos internacionais no espaço nacional (recorde-se o volume XLVI, 1970, dedicado à publicação das Actas do IV Congresso de Estudos Árabes e Islâmicos); a recolecção do contributo de colaboradores nacionais e estrangeiros para o enriquecimento do estudo de temas portugueses; e o aprofundamento e complexificação do estudo dos mesmos por via da articulação, por exemplo, de um tema estrangeiro com um paralelo português. Simultaneamente, embora se tivesse tornado uma Revista da Faculdade, Biblos preservou o legado dos anos em que funcionou como Boletim da Biblioteca da Faculdade, facto que se atesta pela transição, incorporação e inclusive crescimento das secções destinadas a recensões críticas, registos e comentários bibliográficos, assegurando desse modo o crescimento do material bibliográfico da Faculdade e da sua Biblioteca.
Biblos conheceu regimes de periodicidade diversos, nem sempre lineares, chegando inclusive a coexistir vários num mesmo ano. Não obstante, é possível discernir uma tendência no sentido do alargamento do intervalo entre publicações. Com efeito, em traços latos, Biblos começou por ser uma publicação mensal, tornando-se depois bimestral (que parece ter por vezes coexistido com um regime mensal e trimestral), em seguida quadrimestral, adquirindo já no final da década de trinta e início de quarenta um regime de publicação de dois a três tomos por ano, até adoptar, já no final do período que nos ocupa, um regime de periodicidade anual.
Do mesmo modo, o preço também sofreu mutações. Com efeito, em traços latos, no período em que Biblos se publicava mensalmente o custo do número cifrava-se nos 6$00, ao passo que o custo do volume, que consiste no total de números publicados num ano, se fixava nos 60$00 em Portugal, 70$00 nas Prov. Ultramarinas, 80$00 no Brasil e 1£ no estrangeiro. Já no período em que se publicava em dois a três tomos anuais, o preço do volume dentro do espaço nacional variou entre os 50$00-60$00 e 80$00 nos restantes países. Por fim, quando se tornou uma publicação anual, regista-se na década de cinquenta o valor de 120$00 em Portugal, ao passo que a meio da década de sessenta se cifrava em 200$00, fixando-se, já no final da década de sessenta e início de setenta, em 450$00.