Basta uma breve leitura sobre a relação de colaboradores deste periódico para nos apercebermos da escala nacional e internacional que alcançou, propiciando, deste modo, uma reciprocidade científica entre a Universidade e toda uma rede de contactos intentada pelo Instituto de Coimbra: “A génese do Instituto de Coimbra é indissociável do ambiente coimbrão e da vida da Universidade. Assim sendo, o Instituto não criou laboratórios, gabinetes ou observatórios porque os houve na Universidade desde a reforma pombalina de 1772; os sócios do Instituto, em grande parte ligados à Universidade, particularmente os dos seus cargos directivos, precisavam sim de um ponto de comunicação e divulgação das experiências levadas a cabo nas dependências universitárias. […] Mesmo nos momentos em que o Instituto privilegiou as relações com entidades estrangeiras, não deixou de o fazer de forma a que beneficiassem ambos, Instituto e Universidade, dessas relações. O papel que o Instituto de Coimbra desempenhou no desenvolvimento da ciência em Portugal tem que ser, portanto, perspectivado nesta relação com a Universidade. No entanto, o Instituto, por si mesmo, adquiriu elevado prestígio que ultrapassou as fronteiras regionais e nacionais” (Licínia R. Ferreira, «O papel das academias no desenvolvimento da ciência em Portugal...», 2011, pp. 1285-1286).

Em todos os volumes de O Instituto existiu uma solicitação permanente à intervenção da comunidade académica coimbrã, além de procurar dilatar a sua divulgação além-fronteiras. Maioritariamente redigido em português, mas acolhendo trabalhos noutros idiomas, focalizou quase todos os campos do Saber, desde a Antropologia à Zoologia, atravessando a Botânica até à Geometria. Cultivou a História e a Arqueologia, muito além da panorâmica estrita da História de Portugal, tratando a História Universal em toda a sua plenitude.

Preocupou-se com as questões do ensino e da instrução públicas, como já declarado, e dedicou um vigoroso incentivo ao estudo da Filologia, da Poesia, da Linguística e da Literatura portuguesa e europeia.

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