É preciso indicar que neste momento o processo de industrialização de Portugal era posto em andamento e a cooperação dessas associações junto às novas funções do Estado tinha sua magnitude, sendo a educação uma delas. Ao mesmo tempo, as ligações com o Brasil, sinalizadas desde o primeiro número do periódico, seguiam em franca ascensão com o aporte dos magnatas ligados à Madrépora. A apreensão deste círculo que ligava o governo real (que também distribuía parte dos exemplares do AP em determinadas escolas do reino), as associações industriais ou literárias, as colônias e o Brasil em meados do Oitocentos é pertinente no esforço de entendimento do universo letrado e suas ecléticas atuações.
Antes da presença da sociedade, o AP já editava artigos destinados a divulgar as diversas formas industriais em Portugal e em outras partes do mundo. Contudo, passou a ser algo sistemático a divulgação da empresa náutica, dos caminhos de ferro, o abastecimento de água, a meteorologia e notícias de índice científico em geral, textos distribuídos entre traduções de artigos biográficos acerca de Lord Byron (de autoria do inglês M. Macaulay), Rousseau, Spinoza e Adam Smith, como havia desde os princípios, e uma profusão de documentos históricos publicados. O número de estampas também aumentou nestes anos atingindo a marca de cento e quarenta ao longo de 1862. Com a morte de António Emilio Machado Reis, sócio fundador da Madrépora, o campo de possibilidades para desdobramentos dessas questões foi bruscamente interrompido.
Em nota ao final de uma das edições de 1868 anunciava-se o fim da publicação, justificado pela dívida da sociedade sediada no Rio de Janeiro. O dilema do contrato em divulgar os avanços do presente e, simultaneamente, endossar a supremacia do passado como fonte da Regeneração nacional, pode informar muito no que diz respeito às concepções de história passíveis de serem identificadas naquele período marcado pelos jornais e por uma nova experiência do tempo.