Recordando as numerosas diligências da Revista Militar na vida intelectual portuguesa, será de mencionar as intervenções cívicas no contexto da “Questão Ibérica”, as contendas de apoio/oposição ao republicanismo, motivando controvérsias, mas amparando uma convicção arreigada na independência e soberania nacionais. Marcou presença activa no I Congresso Militar Colonial (Porto, 1934), no Congresso do Mundo Português (Lisboa, 1940), no Congresso de História da Actividade Científica Portuguesa (Universidade de Coimbra, 1940), no VIII Centenário do Reconhecimento de Direito do Estado Português (1979), no Congresso Histórico sobre Guimarães e a sua Colegiada (1979), nas comemorações do II Centenário da Academia das Ciências de Lisboa (1978-1980), entre encontros científicos e acções dedicados à Defesa Nacional e às Forças Armadas, em cooperação com centros de investigação universitários e outras instituições públicas, culturais e científicas.

O historiador e o investigador científico, mas essencialmente os leitores da Revista Militar poderão encontrar aqui incontáveis artigos sobre múltiplas áreas gerais ou disciplinas específicas: administração militar; administração pública; armamento; artes, ciências e letras; defesa nacional; direito e justiça; disciplina militar; ensino militar; estabelecimentos militares; estratégia e táctica; ética militar; forças de segurança; geografia; história e história militar, agregando um vastíssimo manancial a explorar com proveito pelo prisma historiográfico, entre outras abordagens.

O universo do periodismo militar patenteia um repositório de informações ainda superficialmente explorado pelas correntes historiográficas tradicionais, não obstante alguns esforços académicos no sentido de rectificar esse impasse. Conjugando as funcionalidades da história e da comunicação, domínios paralelos e recíprocos, o campo específico da imprensa periódica militar afigura-se terreno fecundo para recensões historiográficas, não só no campo preciso da Ars Bellicæ, não esquecendo que estes órgãos periódicos são excelentes barómetros dos quotidianos.

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