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ADAMSON, John Gateshead, 1787 - Newcastle-upon-Tyne, 1855 |
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Este volume, dedicado ao poeta português, inclui a versão original dos textos seleccionados mas igualmente comentários aos mesmos. Tratou-se de um importante trabalho de divulgação da obra que Garrett havia realizado naquele âmbito e a única tradução da mesma efectuada até hoje na Grã-Bretanha. A obra foi prontamente reconhecida em Portugal, sobretudo por Almeida Garrett e o Duque de Palmela, que intercederam junto de D. Maria II para que lhe fossem outorgadas a Ordem da Torre e Espada e a Ordem de Cristo, respectivamente concedidas em Abril e Julho de 1838. Os dois volumes de Lusitania Illustrata constituíriam apenas a secção literária de um projecto mais vasto de que fariam parte outros tomos, tal como nos é dado entrever pelo próprio subtítulo: Notices on the History, Antiquities, Literature, etc., of Portugal. As declarações de Adamson, na dedicatória ao Duque de Palmela que antecede o primeiro volume, confirmam que o autor teria à partida idealizado e traçado um plano bastante mais ambicioso. As dificuldades técnicas que enfrentou ao pretender traduzir alguns textos, aliadas à vasta dimensão dos projectos em causa, bem como a destruição da sua biblioteca, impediram-no de os concretizar. É de supor que o projecto incluiria a reedição de alguns trabalhos dispersos que Adamson havia publicado após o seu regresso à Grã-Bretanha. É o caso dos artigos historiográficos surgidos na revista The Monthly Mirror, entre 1807 e 1810, intitulados respectivamente “History of Portugal” (vol. II, Nov. 1807 – vol. IV, Jul. 1808) e “Memoranda Lusitanica” (vol. V, Apr. 1809 – vol. VI, Dec. 1809), sendo provável que tencionasse publicá-los num volume exclusivamente dedicado à História de Portugal. Importa desde logo sublinhar que as séries “History of Portugal” e “Memoranda Lusitanica” surgem entre Novembro de 1807 e Dezembro de 1810, em plena Guerra Peninsular, pelo que a escolha da História de Portugal como tema para duas longas séries de artigos não terá sido meramente acidental. É provável que o autor tivesse pretendido chamar a atenção dos seus compatriotas para os destinos de um país que havia firmado com a Inglaterra a mais antiga e duradoura aliança política e militar da Europa e ao lado da qual o exército britânico combatia com sucesso a ameaça napoleónica. De acordo com as alegações efectuadas por Adamson no texto introdutório, a série “History of Portugal” não constituiu trabalho original, tratando-se de uma adaptação de uma obra historiográfica francesa datada de 1803, cuja autoria e título original nunca são revelados. Embora reconhecendo ao original o seu inequívoco valor, Adamson adverte o leitor para o carácter panegírico de algumas passagens, contendo alusões ao governo gaulês e a Napoleão Bonaparte. Contudo, tais referências foram deliberadamente omitidas pelo tradutor, que nos oferece uma versão muito livre do original, através da qual transmite uma imagem globalmente positiva da Inglaterra e de alguns dos seus monarcas e chefes de estado, nomeadamente Henrique VIII, Isabel I, Carlos I e Oliver Cromwell, a quem é reconhecido o mérito de terem transformado a Grã-Bretanha numa grande potência marítima. |
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