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ADAMSON, John Gateshead, 1787 - Newcastle-upon-Tyne, 1855 |
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A série intitulada “The History of Portugal” pretende, na aparência, constituir um mero epítome da evolução do Reino de Portugal, no período compreendido entre a fundação da nacionalidade e a derrota de Alcácer-Quibir, abarcando toda a Idade Média e o Renascimento, aqui representado como o período mais glorioso da sua História. Porém, do ponto de vista historiográfico, este conjunto de ensaios está longe de revelar uma conformidade com os padrões tradicionalmente revelados por textos congéneres. Ao invés de uma exaustiva narrativa dos feitos dos monarcas e heróis da Dinastia de Borgonha ou da sábia condução dos destinos de Portugal por príncipes do Renascimento, como D. João II ou D. Manuel I, mas igualmente das jornadas dos navegadores portugueses, somos confrontados com uma reflexão filosófica sobre as origens de uma pequena nação periférica da Europa e a sua gradual transformação num gigantesco império marítimo, igualado às grandes potências da Antiguidade, como Roma ou Cartago. Do conjunto de artigos em epígrafe ressalta a ausência de uma narrativa cronologicamente organizada, de uma relação detalhada dos factos e sobretudo referências a personagens históricas e a determinados episódios determinantes no curso da nossa evolução enquanto país. Em sua substituição encontramos uma interessante série de reflexões sobre teoria política, estratégia militar, mas igualmente acerca da história da Europa medieval e moderna. Determinadas passagens de “History of Portugal” assemelham-se a um autêntico manual sobre a arte de edificar impérios, sublinhando-se as vantagens da expansão marítima sobre o domínio territorial, que explicam o sucesso alcançado nos séculos XV e XVI por Portugal e, no período subsequente, por nações como a Holanda e a Inglaterra. Tais considerações certamente se revestiam do maior interesse para nações como a França ou a Grã-Bretanha que, na época, rivalizavam entre si na obtenção do estatuto de potência hegemónica. Todavia, o leitor comum pouco ficaria a saber sobre a História de Portugal entre os séculos XII e XVI, já que os artigos são parcos em informação, omitindo referências a monarcas, heróis e personalidades de primeira grandeza, pormenores de natureza cronológica e sucessos relevantes do ponto de vista histórico. Nesta medida, a intenção do ‘autor francês’ terá sido oferecer uma perspectiva muito genérica da evolução e transformação operada em Portugal no período supracitado, estabelecendo paralelos com os processos históricos de outros impérios e nações, antigos e modernos. |
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