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ARNAUT, Salvador Dias | |||||||||||||
Pessoas e paisagens haveriam de suscitar, ao longo de toda a sua vida, emoções diversas que exprimiu em textos em prosa e em poesia. Descobriu e reinventou os lugares simbólicos de Coimbra, influenciado pela leitura dos textos do autor de Só – Penedo da Meditação (1936), António Nobre e a paisagem de Coimbra, 1940) – e pelo convívio com Eugénio de Castro, cuja casa frequentava e onde conheceu a esposa. Os títulos dos seus diversificados escritos denunciam diversificados gostos literários como se evidencia nos seguintes títulos: A lavadeira: esboço um pouco à Dostoiewsky (1936), Eça de Queiroz... falsificador? e Gil Vicente e o mar (1942); Penela na obra de dois escritores: Fernão Lopes e Eloy de Sá Sotto Maior (1966). Olhares românticos a amenizar tempos de convivência com vidas duras. Na farmácia do avô e do pai conviveu, desde cedo, com o sofrimento humano, adquirindo um apurado sentido de compaixão pelos seus semelhantes, cujos males tentará suavizar ao longo da vida. Bem cedo identificaria a causa de alguns padecimentos dos seus conterrâneos: a insuficiência de condições de vida decorrentes da letargia económica da sua terra natal, expressa, por exemplo, nas ruínas do castelo do Germanelo e no estado de degradação do de Penela. No sentido de acordar os poderes do tempo para a preservação destes valores patrimoniais portadores de futuro, ergue a sua voz inconformista em textos expressivamente intitulados: Penela: restaure-se o seu castelo (1931); Penela: uma linda vila quasi ignorada (1933). A imagem da decadência da sua terra natal contrastava com a que o jovem estudante de medicina colhia nos documentos medievos: a representação da Penela “guerreira”, palco de acontecimentos de expressão nacional, como a reconquista cristã. Os frutos do seu interesse pela investigação histórica expressam-se em artigos publicados na “Gazeta de Coimbra” – A batalha de Ourique: hipótese da sua localização no Chão de Ourique, Penela (1931) – ou no periódico “Novo Horizonte” – Esboços históricos: I - Da aldeia, depois vila de Ansião: notas sobre as “CincoVilas (1932). Mas SDA não se limitou a escrever textos onde erguia a sua voz de protesto ou desvendava passados gloriosos. Tomou iniciativas no sentido de promover uma dinamização cultural alicerçada numa memória histórica. |
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