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ARNAUT, Salvador Dias | |||||||||||||
Dos filhos de D. Pedro só um merecia realmente atenção: o Mestre de Avis” (Arnaut, 1967, 8). Em convergência com pontos de vista atrás expostos, Armando Luís de Carvalho Homem sintetiza desta forma o contributo trazido pelas teses de licenciatura e doutoramento para o estudo da crise política de finais do século XIV : “A chamada de atenção para a importância política dos filhos de Pedro I e de Inês de Castro, e particularmente para o infante D. João, como a individualidade em quem sectores significativos da sociedade política viam, em 1383, a «saída para a (dimensão dinástica) da crise»; o realce dado à nobreza beirã e ao seu papel em Trancoso, batalha cujo desfecho se considera fundamental no enfraquecer do exército castelhano e, consequentemente, episódio de modo algum escamoteável nos meses pré-Aljubarrota e indissociável da resolução militar da crise”. Para proceder à elaboração da sua dissertação de doutoramento, SDA trabalhou como bolseiro do Instituto de Alta Cultura em vários arquivos estrangeiros (Arquivo de Simancas, Biblioteca Nacional de Paris, Arquivos do Norte, de Lille). Neles, e nos portugueses, compulsou uma vastíssima documentação que suporta uma narrativa literariamente contida, aparentemente circunscrita ao factual. O encadeamento dos factos é, no entanto, entretecido, por um conhecimento amplo das vivências humanas. A obra e o magistério de SDA situam-se numa zona de fronteira entre a tradição marcada por teólogos e por historiadores marcados por uma formação erudita, de matriz alemã e francesa, e por fortes constrangimentos de cariz ideológico, e a inovação nas abordagens temáticas e nas metodologias que começaram a afirmar-se no ambiente recatado do Seminário de História Moderna onde se elaboraram, nos anos sessenta, teses de licenciatura de demografia histórica e história económica. Ao mesmo tempo, preparavam-se teses de doutoramento, marcadas pelas novas correntes historiográficas europeias, e que haveriam de ser defendidas na Sala dos Capelos na década de setenta, nomeadamente A vida económica e social de Coimbra de 1537 a 1640 de António de Oliveira. A obra de SDA é poliédrica. Para a “classificar” é necessário analisar-lhe as diversas faces. Não a compreenderemos se olharmos uma aresta. |
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