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ARNAUT, Salvador Dias | |||||||||||||
Ocorrendo, em 1937, o oitavo centenário da concessão do foral medieval a Penela, propõe a comemoração do evento fundador do concelho. Acolhida a ideia pela Câmara Municipal foi convidado a fazer uma conferência. Aceitou, com perplexidade: “Ser estudante, usar capa e batina, e fazer uma conferência, envolve necessariamente um paradoxo”. No texto publicado – Penela: notas acerca dum centenário (1937) – apresentou episódios marcantes da vila de Penela, desde a época romana até ao século XVI, evidenciando a sua concepção de história: “Volver os olhos para o que passou não é, pois, mera atitude de saudosismo: é compreender a razão de ser do que existe, é compreender a psicologia dum povo. É, em suma, adquirir a consciência de que se é um elo duma cadeia, idêntica a milhões de cadeias, entre o passado e o porvir. – Da noite de luar para a aurora que acompanha a projeção da vida” (Arnaut, 1937, 19). Movido pelo amor à sua terra natal celebrava o passado com os olhos postos no futuro, animado de um forte empenho em preservar as suas marcas da identidade e cultivar a sua memória histórica. Dotado de um aguçado sentido histórico, procurou no passado as raízes de diversos presentes. Nos primeiros anos do curso de medicina, SDA dedicou-se à história da ciência, tendo publicado, em 1943, dois importantes trabalhos na área da história da cirurgia: Notícia histórica da cirurgia coimbrã, em colaboração com José Bacalhau, e Súmula histórica da Propedêutica Cirúrgica na Faculdade de Medicina de Coimbra. Da análise da detalhada biobliografia publicada por Joaquim Tomás Miguel Pereira, no tomo 31 da Revista Portuguesa de História, conclui-se que durante os anos quarenta e cinquenta SDA se concentrou na área da história política nacional, de forma particular no estudo da crise de 1383/5, campo onde produziu duas obras académicas de referência: a tese de licenciatura (A Batalha de Trancoso) e a de doutoramento (A Crise Nacional dos fins do século XIV. A sucessão de D. Fernando). A qualidade científica dos trabalhos académicos, discutidos em provas públicas, afere-se pelas elevadas classificações obtidas: 18 na licenciatura e 19 no doutoramento. |
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