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Este itinerário de pedagogo estava delineado desde que tomou parte, em 1871, nas célebres conferências democráticas do Casino, realizadas na esteira da questão do Bom-senso e Bom-gosto. Depois de Antero do Quental se ocupar da decadência da nação e de Augusto Soromenho se ter pronunciado fulminantemente sobre a literatura portuguesa, a crítica atingiria o auge na quinta conferência, dada por Adolfo Coelho a 19 de Junho de 1871, sobre A Questão do Ensino. Nela, criticou a organização, formas e tipos de ensino praticado em Portugal em termos tais que as autoridades interditaram o prosseguimento das conferências, alegando que nelas se expunham «doutrinas e proposições que atacavam a religião e as instituições políticas do Estado» (Manual de Filologia Portuguesa, 1977, p. 23). De facto, Coelho defendia que a decadência do ensino se devia à aliança entre o Estado e a Igreja, o que tornava imperiosas tanto a separação entre ambos como a promoção da liberdade do pensamento: «Lembremo-nos em primeiro logar de que estamos n’um paiz em que o catholicismo é a religião do estado imposta materialmente á consciencia de todos os que são portuguezes: o espirito scientifico é pois aqui repellido de tudo o que estiver sob a acção immediata do estado, perseguido fóra d’elle... N’uma palavra, a investigação livre da verdade é impossivel em Portugal.» (Theoria da conjugação em latim e portuguez..., 1871, pp. 23-24). |
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