Em conclusão, António Ferrão foi uma importante figura das letras e da divulgação e teorização históricas das décadas de 1910 a 1940, discípulo assumido de Teófilo Braga, republicano, agnóstico e positivista, que viu na ciência histórica e na pedagogia académica e popular meios de curar a crise moral e civilizacional acentuadas pela Primeira Guerra Mundial e, internamente, pela Primeira República. Constitui um elemento de ligação entre diversos grupos de eruditos e historiadores oitocentistas e outros da segunda metade do século XX, tal como, por exemplo, António Baião igualmente foi.

Bibliografia activa: Os Arquivos da Historia de Portugal no estrangeiro: da necessidade de estudar e inventariar nas bibliotecas e arquivos estrangeiros os documentos relativos à História de Portugal, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1916 (Separata dos Trabalhos da Academia das Ciências de Portugal, 1ª série, tomo I); Da importância dos documentos diplomáticos em História: estudo sucinto de alguns arquivos diplomáticos estrangeiros e nacionais, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1917 (Separata dos Trabalhos da Academia das Ciências de Portugal, 1ª série, t. II); As Causas «Ideais» da Conflagração e a Função Pedagógica das Academias Científicas após a Guerra (Discurso, seguido de muitas notas justificativas), Coimbra, Imprensa da Universidade, 1918 (Separata dos Trabalhos da Academia das Ciências de Portugal, 1ª série, t. VI); A Teoria da História e os Progressos da Historiografia Científica: a contribuição que para estes tem dado a publicação das colecções de inéditos, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1922; A Academia das Ciências de Lisboa e o Movimento Filosófico, Científico e Económico da Segunda Metade do Século XVIIII: a fundação desse instituto e a primeira fase da sua existência, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1923 (separata do Boletim da Segunda Classe da Academia das Ciências de Lisboa); Curriculum Vitae: vida literária e oficial e bibliografia, Lisboa, Tipografia Carmona, 1933; Teófilo Braga e o Positivismo em Portugal: com um núcleo de correspondência de Júlio de Matos para Teófilo Braga, Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1935; Gama Barros e a sua obra: Portugueses Ilustres, Lisboa, Oficina Ottosgráfica, 1935; Reinado de D. Miguel: cerco do Porto, 1832-1833, Lisboa, Tipografia Gráfica Santelmo, 1940; O Prof. Joaquim de Carvalho e a sua Época: desde as reformas de ensino universitário do governo provisório, em 1911, Figueira da Foz, s.n., 1960.

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