A sua formação intelectual começou naturalmente na escola primária, terminando a 4.ª classe com brilhantismo, e prosseguiu no Liceu Diogo Cão, onde encontrou professores muito bem preparados. Concluiu o Curso Complementar de Letras em 1944 com 17 valores. Para além da História, gostava de Literatura - “porque a Literatura também é História”-, Latim e, sobretudo de Filosofia, para o que terá contribuído a grande admiração sentida por Walter de Vasconcelos, docente desta disciplina, afirmando mais tarde: “vim para História e Filosofia e na altura era mais pela Filosofia do que pela História” (Entrevista, p.135).

Os êxitos escolares e o gosto pessoal suscitaram-lhe a ambição de prosseguir os estudos e licenciar-se em Ciências Históricas e Filosóficas, que implicava a vinda para a metrópole por não existir ainda em Angola o ensino superior. Chegou a Lisboa no Outono de 1944 e pouco tempo após a chegada, realizou as provas de admissão ao curso de Ciências Históricas e Filosóficas na época de Outubro.  Ao longo dos quatro anos curriculares teve como Professores na área da História, Ferreira de Almeida, Mário de Albuquerque, Manuel Heleno, Artur Gusmão, Virgínia Rau, Silva Marques, e em História da Arte, Mário Tavares Chicó. No âmbito da Filosofia e Psicologia foi aluna de Délio Santos, Luís Schwalbach e Delfim Santos. Tece a seguinte apreciação global sobre os docentes que teve: “A maioria era gente do regime, ou então monárquicos que o regime protegia”, guardando, no entanto, boas recordações de Vieira de Almeida e Delfim Santos” (Entrevista, p. 136). Teve como colegas, em diferentes cadeiras, Lindley Cintra, António Ferro e Mário Soares; e também conviveu com Urbano Tavares Rodrigues, Augusto Abelaira, Francisco da Gama Caeiro e Mário Pinto de Andrade. A frequência da Casa dos Estudantes do Império proporcionou-lhe o relacionamento com elementos que mais tarde seriam protagonistas dos movimentos independentistas das antigas colónias.  Terminada a frequência dos quatro anos do curso, preparou a tese de dissertação a que deu o título Para o estudo do Problema Físico e Filosófico da Causalidade, que defendeu em 28 de Julho de 1949, obtendo assim o grau de licenciada, com a média final de 13 valores, na época uma das mais elevadas classificações atribuídas no curso de 1944/1945 a 1947/48.

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