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O mesmo interesse lhe despertara os trabalhos arqueológicos realizados em Portugal pelo notável arqueólogo francês Padre Jalhay, sobre o qual escreveu o artigo “Padre Jalhay” (O Arqueólogo Português, nova série, t. I, Lisboa, 1951- separata). Prosseguiu a prospecção em todo o País, entre 1959 e 1972, com vista à recolha integral de elementos para o estudo “A Cultura Castreja no Ocidente Peninsular” e a publicação do “Inventário e Carta dos Castros de Portugal”, não terminado. No entanto, publicou resultados parcelares em extensos relatórios anuais, em várias notícias neles baseados, divulgando-os ainda em congresso da especialidade. As competências científicas demonstradas em tão diversificados domínios confirmavam o seu perfil de arqueóloga. Enquanto trabalhava no terreno, em 1954, por convite de Manuel Heleno e Virgínia Rau, foi admitida como 2.º assistente além do quadro, para a regência de trabalhos práticos de História geral da civilização, História da antiguidade oriental (semestral), História da antiguidade clássica (semestral) História medieval, História Moderna, História de Portugal, História dos Descobrimentos e da Colonização Portuguesa, Paleografia e Diplomática, Epigrafia (semestral), Numismática e Esfragística (semestral) e Arqueologia, cadeiras que leccionou ao longo de três anos lectivos (A. H. Oliveira Marques, “Notícia histórica da Faculdade de Letras de Lisboa (1911-1981), pp. 183 e 186). Era das raras mulheres a ensinar História na Faculdade de Letras de Lisboa. Como gostava da docência universitária iniciou um projecto de doutoramento, de que desistiu ao ser exonerada em 1957, por parecer desfavorável de Manuel Heleno, o mesmo Professor que mais decisivamente contribuíra para a sua admissão. A formação académica, agora enriquecida com a docência universitária, a que se juntava o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido no âmbito da arqueologia, conferiram-lhe uma indiscutível autoridade científica como Historiadora. Não se deixou abater perante esta adversidade. Ao ver-se afastada da Faculdade procurou o ensino secundário, vindo a leccionar no ano de 1957-1958, na Escola Industrial Afonso Domingues, em Marvila, em curso nocturno “com alunos que vinham das fábricas, mas que queriam realmente estudar” (Entrevista, p. 138). |
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