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Joaquim Romero Magalhães foi um admirável historiador cuja obra é extensa e muito reconhecida em Portugal, no Brasil, em Espanha e nos meios académicos de outros países. O seu gosto pela História da Época Moderna e o seu papel no crescimento e afirmação da História Económica e Social no espaço académico português foram contributos salientes que construiu a partir da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), onde ensinou e fez a sua carreira académica de 1973 a 2012. Natural de Loulé, no Algarve, era filho de um professor de liceu – o poeta e escritor Joaquim Magalhães – e de uma professora de piano do conservatório de Faro. Fez o liceu no Algarve e seguiu para a Universidade de Coimbra em 1959. No ano seguinte preteriu o curso de Direito e optou pela História, percurso comum a diversos historiadores portugueses dessa geração. Romero Magalhães realizou a sua formação universitária num tempo de grande imobilismo cultural, mas teve o desassombro de se envolver no associativismo estudantil e em diversos movimentos de estudantes comprometidos com as oposições à ditadura salazarista. Membro de uma república de estudantes, foi presidente do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra, em 1963, e presidente da Associação Académica de Coimbra, em 1964. Em 1967 defendeu a sua tese de licenciatura na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Apresentou um trabalho ousado de História económica e social, uma espécie de corografia histórica de uma região periférica da expansão marítima portuguesa do século XVI, o Algarve. O livro foi publicado em 1970 pelas Edições Cosmos e agitou as águas mornas da historiografia portuguesa, que só então e com significativo atraso relativamente ao que sucedia noutros países começava a prestar atenção à História Económica e Social, aos seus métodos e referências conceptuais. |
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