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MAGALHÃES, Joaquim Antero Romero Faro, 1942 – Coimbra, 2018 |
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“A tentação do mundo”, ou a intenção de fazer uma história dos espaços e dos poderes do império atenta aos laços, aos encontros e conexões mercantis, já é evidente em diversos trabalhos de Romero Magalhães, ainda que o autor nunca lhes tenha chamado “História Global”. Tomando em boa conta as interpretações abertas por obras como Os Descobrimentos e a Economia Mundial (1963-1971), de Vitorino Magalhães Godinho, e os ensaios de António Sérgio – sem esquecer a historiografia de Jaime Cortesão, que muito admirava e que estudou em detalhe –, preocupou-se em apurar como é que a sociedade portuguesa da Época Moderna se mercantilizou precocemente, mas nem por isso foi pioneira nos processos de modernização. Não por acaso, essa magna questão e o problema das articulações administrativas e fiscais entre a administração central e os territórios e confins do império foram tópicos salientes no volume que coordenou da História de Portugal de José Mattoso, significativamente intitulado “No Alvorecer da Modernidade (1480-1620)” (vol. III,1993). Nesse e noutros lugares de escrita, a análise histórica produzida por Romero Magalhães nunca perdeu de vista as estruturas, as conjunturas, os complexos histórico-geográficos e outras categorias heurísticas difundidas pela Escola dos Annales. Sem perder a identidade de historiador, estudava a economia para compreender a sociedade nas suas estruturas aparentemente imóveis e nos seus movimentos de mudança, sem perder de vista os protagonistas do poder e a prática das instituições. Quando o seu escopo era a história social, parecia não esquecer a advertência de Le Roy Ladurie sobre o “carácter imperialista” dessa disciplina ou especialidade, que tenderia a apropriar-se de todos os aspectos da História por estar mais próxima de outras ciências sociais e humanas (Duby et alia, História e Nova História..., 1994, p. 56). Muito atento à nova história social francesa e ao avanço da historiografia sobre classes e movimentos sociais da Época Moderna (Roland Mousnier e outros), prestou particular atenção às formas de mobilidade social. |
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