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MAGALHÃES, Joaquim Antero Romero Faro, 1942 – Coimbra, 2018 |
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Sem esquecer as micro-escalas e um certo determinismo dos factores geográficos, Romero Magalhães ocupava-se fundamentalmente da transformação socioeconómica dos espaços e das gentes (Leonor Freire Costa, “Joaquim Romero Magalhães’s Thoughts about Early Modern Portugal”..., 2019, pp. 66-72). Detinha-se na topografia dos poderes sem esquecer a premissa de Marx, segundo a qual “uma economia é sempre historicamente específica” (E. Hobsbawm, Sobre História..., 1998, p. 124). Fosse no âmbito dos concelhos ou de outras circunscrições político-administrativas, as descrições explicativas que fazia da organização social de um determinado espaço-tempo atendiam sobretudo à forma como os homens produziam e distribuíam o produto do seu trabalho. No entanto, as influências teóricas e metodológicas da historiografia de Romero Magalhães nunca se mostraram contraditórias em relação a um estilo muito próprio de quem pensava e escrevia por si, atribuindo um espaço importante ao engenho narrativo e à intuição analítica. Muitos dos seus trabalhos destinavam-se a incentivar discípulos e a rasgar novos horizontes. Era um Professor que fazia investigação – um excelente e afectuoso professor, como reconheciam os seus alunos. Nunca se quis ver na pele de um investigador que não desse aulas, ou que as achasse supérfluas para melhor escrever história. Os largos milhares de páginas impressas que nos deixou – livros, capítulos de obras coletivas, ensaios, textos para catálogos de exposições e mais de uma centena de artigos – são o testemunho da sua fina prosa e reflectem a sua erudição histórica. Alguns dos trabalhos que publicou sobre temas tão relevantes para a História Moderna quanto os concelhos, a Inquisição e a fiscalidade no império do Brasil, encontram-se reunidos nos cinco volumes que designou Miunças, publicados na Imprensa da Universidade de Coimbra, o último a título póstumo. |
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