Em 1972, com dezenas de anos de atraso em relação a diversos países desenvolvidos, abriu em Lisboa, na Licenciatura em Económicas do Instituto Superior de Economia (actual ISEG), a primeira disciplina de História Económica em Portugal, confiada ao historiador Joel Serrão. No ano seguinte, na recém-criada FEUC principiava o ensino de História Económica, entregue a Joaquim Romero Magalhães. O mesmo acontecera, em 1972, no novo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, onde a regência de História Económica foi assumida pelo economista Alfredo de Sousa.

Na FEUC, volvida a turbulência dos anos da Revolução, o ensino da História económica robusteceu-se no ano lectivo de 1976-77, mediante a inclusão da disciplina de História Económica Portuguesa no plano de estudos da Licenciatura em Economia (Jaime Ferreira, Nos 30 anos da FEUC..., 2003, pp. 102-134). Foi seu primeiro regente o medievalista A. H. de Oliveira Marques, um dos principais historiadores portugueses, há muito convencido da importância da História Económica e Social para a formação dos estudantes A iniciativa de criação da cadeira pertenceu a Joaquim Romero Magalhães que, entretanto, saiu para a Assembleia Constituinte e assumiu o cargo de Secretário de Estado da Orientação Pedagógica em dois governos presididos por Mário Soares (1976-1978).

Apesar destes desenvolvimentos, a decisiva afirmação da História económica em Portugal deu-se após a Revolução de 25 de Abril de 1974. A criação da Revista de História Económica e Social, em 1978, e o nascimento da Associação Portuguesa de História Económica e Social, em 1980, ambas por iniciativa de Vitorino Magalhães Godinho, apoiado num grupo de jovens docentes entre os quais se contava Romero Magalhães, foram avanços decisivos que contribuíram muito para a renovação da historiografia portuguesa.

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