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A respeito deste espírito crítico, não raras vezes considerou, como outros escritores que viveram no estrangeiro (Jorge de Sena, por exemplo), que o seu próprio trabalho de ficcionista era desvalorizado pelo público e pelas editoras portuguesas. Contudo, a sua nomeação, a 31 de Julho de 1972, para o Conselho de Administração da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, contradiz qualquer ideia negativa que se pudesse ter em relação à sua relevância para a cultura nacional. No exercício destas funções, desenvolveu a promoção de edições de literatura clássica portuguesa, a abertura de delegações de livrarias da INCM em Lisboa, Coimbra, Porto e Rio de Janeiro (Livraria Camões), e criou os Conselhos Executivos de Numismática e de Medalhística. Em 1974, a seu pedido, foi exonerado da Administração da INCM e, entre Junho e Outubro, escreveu o romance Kaos, só publicado pela INCM em 1981, juntamente com o In Memoriam de Ruben Andresen Leitão (esta publicação pode ser vista como expressão do reconhecimento da cultura portuguesa pelo seu trabalho). A 12 de Dezembro de 1974, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, no quadro dos Sócios Correspondentes Portugueses. Quatro dias depois, foi nomeado Director-Geral dos assuntos Culturais do Ministério da Educação e Cultura. Na Direcção-Geral dos Assuntos Culturais, trabalhou na criação de um Instituto de Restauro, no projecto de ampliação do Museu Soares dos Reis no Porto, adquiriu para o Estado a Quinta do Monteiro-Mor (actual Museu Nacional do Traje) e o espólio dos manuscritos de Eça de Queirós do Arquivo de Tormes. Como se constata a partir dos cargos que ocupou, tanto na INCM como no Ministério da Educação e Cultura, a sua contribuição para a cultura portuguesa não se deveu apenas à sua produção historiográfica ou à sua ficção, e o reconhecimento público que lhe foi concedido pelo Estado português foi maior do que o que ele próprio pensou receber. Em 1975, um seu desejo antigo foi realizado com o convite para exercer funções docentes na Universidade de Oxford (Saint Antony’s College), no entanto, a 17 de Setembro desse ano, no começo de uma vida conjugal com Maria Luísa Távora, iniciou uma viagem para Inglaterra, na qual teve perturbações de saúde. Na sexta-feira de 26 de Setembro, vítima de um enfarte do miocárdio, morreu no St. George’s Hospital (Hyde Park Corner), onde dera entrada no mesmo dia. A 8 de Outubro, por desejo seu, foi sepultado no cemitério de Carreço, em Viana do Castelo. |
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