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As opiniões do historiador confundem-se com as de D. Pedro V. Pode-se, até, considerá-lo um verdadeiro discípulo do monarca no que se refere ao papel da história e ao pensamento político, na defesa da liberdade e da igualdade, do progresso e da educação, na defesa do interesse geral sobre o particular. Foi comum a ambos um grande desejo de saber e de viajar, o mesmo gosto cosmopolita pela Europa, um mesmo entendimento sobre a importância da história e do progresso social e político em Portugal. E não seria feita justiça se não se dissesse que a investigação que efectuou em Windsor contribui para novas leituras do reinado de D. Pedro. Na sua obra historiográfica, Ruben Andresen Leitão foi, portanto, um estudioso que, embora tenha biografado D. Pedro V de modo assaz elogioso e adoptado muito do pensamento do rei para si próprio, não se limitou ao simples elogio (embora o elogio gratuito esteja muitas vezes presente), antes procurou conferir um sentido crítico ao seu trabalho. Reiteradas vezes assinalou, por exemplo, que o filho de D. Maria II, apesar de culto e sedento de saber, era demasiado jovem para liderar um país com tantos problemas. Os diários das viagens, considerados muito relevantes para a compreensão do reinado de D. Pedro, se atestavam uma inteligência precoce, que o levava a escrever em francês e inglês, também tinham os defeitos dessa juventude excessiva (erros e imprecisões na escrita, alguns pensamentos mais ingénuos, etc.). Como já aqui se afirmou, o que Ruben Andresen Leitão viu em D. Pedro foi a mesma vontade de mudar o país, de conhecer, de viajar, de compreender o que havia de moderno na Europa, o cosmopolitismo, a luta contra um atraso nacional muito causado pela mediocridade de políticos como, por exemplo, o duque de Loulé - figura sobre a qual Ruben Andresen Leitão diria, em jeito de epígrafe, que não valia nada (ibidem). |
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