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A memória abre com um elogio bastante tradicional às virtudes do príncipe, mas seu objeto era a justificação da política empreendida pelo monarca desde sua chegado ao Brasil. Transcrevendo um longo trecho da História da América de Robertson, em que o autor britânico destaca o pioneirismo e centralidade de Portugal nos descobrimentos, apesar de ser à época "um dos reinos mais pequenos, e menos poderosos da Europa" (p. 5), Lisboa dá a entender que D. João estaria completando a obra dos grandes personagens dos descobrimentos, o Infante D. Henrique e o rei D. Manuel I. Ao fazê-lo, fortalecia uma narrativa de restauração do Império a partir de uma missão, ao mesmo tempo, providencial e racional, pois o que estava sendo construído no Brasil culminava a história das Grandes Navegações como passo decisivo para a civilização europeia. O impulso dos descobrimentos teria sido deturpado pelo "sistema colonial", a política de segredos e monopólios. Assim, a presença portuguesa no Brasil teria sido desvirtuada pelo "antigo sistema colonial", o mesmo "sistema" que Dom João VI começou a abolir em 1808, como que restaurando os princípios originais dos Descobrimentos. |
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