Anos depois (1819), Macedo publica um texto sobre a geografia e a história dos descobrimentos portugueses, que lera à Academia a 24 de Junho de 1816. Numa época que coincide com os anos finais de vida desse pioneiro que foi António Ribeiro dos Santos; e pouco antes da morte de Mendo Trigoso, primeiro director da Colecção de Notícias para a História e Geografia das Nações Ultramarinas (volumes iniciais, hb1812 e 1821). Tratou-se de um estudo intitulado: Memória sobre as verdadeiras épocas em que principiaram as nossas navegações, a qual deveria ser a primeira de várias Memórias para a história das navegações e descobrimentos portugueses. Nele, Macedo pretendeu relativizar a importância da prioridade dos descobrimentos henriquinos na costa africana, face à documentação medieval avulsa que provaria que já em 1336 uma expedição portuguesa teria descoberto as Canárias. Anteciparia, desta forma, a verdadeira época do início dos descobrimentos portugueses (como anunciava no título do texto). Até certo ponto, Macedo pretendeu inovar e criar para si uma posição distinta nos estudos nacionais sobre a geografia e a história dos descobrimentos, face às figuras consagradas de Ribeiro dos Santos e de Mendes Trigoso, que nas Memórias de Literatura (1806) e na História e Memórias… (1817), tinham revitalizado as teses da prioridade dos descobrimentos portugueses face aos demais povos europeus. Num desses textos, António Ribeiro dos Santos forneceu um destaque especial à figura e obra do infante (Memórias de Literatura..., tomo VIII, parte I, 1812, pp. 153-160). O mesmo faz Garção Stockler numa obra publicada em Paris em 1819, o Ensaio histórico sobre a origem e progressos das matemáticas em Portugal (pp. 14-17 e 22). É possível que Macedo pretendesse especializar-se na área da geografia medieval e renascentista, a ajuizar pela promessa de novas Memórias para a história e navegações dos descobrimentos portugueses. Porém, tal não sucedeu, a curto prazo, eventualmente por razões pessoais, de críticas dirigidas às suas teses e, quem sabe, devido à alteração da ordem político-social ocorrida em Agosto de 1820, o que o levou a mudar o campo de estudos e de reflexões.

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