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MATTOS, Gastão de Mello de | |||||||||||||
Militar na reserva, por volta dos 40 anos de idade Gastão de Mello de Mattos começou a desenvolver a sua actividade intelectual, tendo participado em importantes eventos científicos internacionais e nacionais, tais como os Congressos internacionais das Ciências pré-históricas e proto-históricas, realizados em Lisboa (1932), em Oslo (1937) e no Porto (1942) e no Congresso para o Progresso das Ciências em Espanha (Córdova, 1944, e San Sebastián, 1947). Perfeitamente enquadrados naquelas que eram as linhas programáticas ideológico-culturais do regime do Estado Novo, onde se incluía a glorificação de episódios dinasticamente fundacionais, como a batalha de Aljubarrota (1385) ou a Restauração (1640), os seus trabalhos sobre história militar e política mereceram ainda lugar no Congresso da Expansão Portuguesa no Mundo (1938) e nas comemorações do Centenário da Restauração e no Congresso do Mundo Português (1940). O seu patriotismo tornou-o numa figura que agradou particularmente ao nacionalismo do Estado Novo (E. Dias, “História Militar”). Mattos colaborou ainda activamente com vários periódicos, entre eles a Acção Realista, Brotéria, a Arqueologia e História, o Diário da Manhã, Diário Popular, a Revistada Associação dos Arqueólogos Portugueses, Feira da Ladra, Ilustração Portuguesa e aRevista Guimarães. A sua maturidade científica, no entanto, ficou comprovada nos contributos que deixou em importantes obras colectivas como a Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura (1963), Heráldica (1969) ou o Dicionário de História de Portugal (1971). Foi autor de quase duas dezenas de entradas ainda hoje incontornáveis para a historiografia militar, merecendo destaque aquelas que escreveu sobre «armamento», «artilharia», «batalha», «besteiros», «capitão», «coronel», «exército», «infantaria», «fortificação», «postos militares», etc. Estas colaborações conjuntas são um espelho de um ofício frenético e multifacetado que desenvolveu em torno das suas principais áreas de interesse, de resto, desde logo bastante evidentes nos primeiros vinte anos da sua produção científica, que assentaram em estudos sobre história militar, política, diplomática, por vezes, extensíveis ao campo cultural, religioso e à heráldica, incidindo essencialmente no período da época Moderna. “Notícia de alguns memorialistas portugueses no princípio do século XVIII” (1929), “Nota sobre os postos no exército português…” (1930) ou “O significado político da Restauração” (1943) são apenas alguns exemplos das temáticas abordadas. Nicolau Langres e a sua obra em Portugal (1941) foi a sua primeira obra de grande fôlego, uma publicação inédita da colecção das plantas e dos projectos de fortificações seiscentistas da autoria do engenheiro francês Nicolau de Langres, que chegou a Lisboa em 1644, existentes na Biblioteca Nacional de Portugal, estudo inquestionavelmente pioneiro em Portugal no que respeita à exploração da «ciência da fortificação» (G. M. Mattos, Nicolau Langres…, 1941, p. 11). |
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