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MATTOS, Gastão de Mello de | |||||||||||||
O nome de Gastão de Mello de Mattos parece, assim, ter ficado dissociado destes acontecimentos, mesmo que recuar a este ponto da sua vida seja essencial para enfatizar que a sua orientação política se espelhou não só nas amizades que estabeleceu na academia com indivíduos como o conde Tovar, o conde de São Paio ou Caetano Beirão, como para justificar inevitavelmente a elaboração de variados artigos de opinião que redigiu em periódicos de ideologia nacionalista e monárquica, tal como a Feira da Ladra e a Acção Realista. Este último funcionou como um eco crítico da República e do Liberalismo, convertido numa espécie de manifesto patriótico, doutrinário, tradicionalista e de pendor integralista, onde escreveram homens como Caetano Beirão, Castelo Branco-Chaves e Rolão Preto. Mello de Mattos deu o seu contributo em vários números numa coluna dedicada à “Tradição Militar” (G. M. Mattos, “Tradição…”, 1924) e na esteira do Integralismo Lusitano assinalou a decadência do presente comparativamente ao passado, exaltando os feitos da monarquia, nomeadamente a nível militar, considerando que a paz trouxera o desleixo do exército e que isso seria potencialmente perigoso para Portugal. Escreveu ainda sobre conceitos políticos antagónicos, posicionando-se na defesa de um deles: “Liberalismo e Nacionalismo” (Idem, “Liberalismo…”, 1924), “Reaccionários e Conservadores” (Idem, “Reaccionários…”, 1925), entre outros. Luís Reis Torgal assinalou que esta marca do Integralismo Lusitano esteve ainda presente nos seus estudos científicos, sendo visível na análise de processos históricos como a Restauração (L. R. Torgal, Ideologia política…, 1981,pp. 97 e 98). Pelo contrário, Fernando Dores da Costa assinalou que no contexto dos trabalhos publicados, em 1940, a propósito das comemorações do centenário da Restauração, Mello de Mattos foi capaz de conter, contrariamente a outros, o carácter exaltacionista e nacionalista nos mesmo (F. D. Costa, “Interpreting the portuguese…”, 2005, p. 2). Associado a este movimento, destaca-se ainda o seu anti-iberismo, patente também na sua actividade público-científica, tendo pertencido à comissão do 1º de Dezembro da Sociedade Histórica da Independência, uma entidade da qual faziam parte militares, intelectuais, professores e historiadores, como Eduardo Brazão, Fidelino de Figueiredo e António Ferrão, que tiveram um papel importante na retórica patriótica e anti-espanhola (S. C. Matos, Iberismos…, 2017, pp. 120-124).
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