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Por um lado, o colonialismo é louvado enquanto fenómeno de irradiação da civilização, factor que nos leva a uma ideia de predestinação assente no idealizado estado da sociedade portuguesa em inícios do século XV. Sublinha-se este factor transcendental da predestinação: como viria Carneiro de Moura a afirmar alguns anos mais tarde, “O génio português (…) tem a missão histórica de espiritualizar o mundo. (…) colonizar é, antes de tudo, elevar e nobilitar o espírito humano em toda a terra” (Moura, As sociedades humanas , 1924, p. 78). É um reflexo claramente generalizado sobre o povo português e suas características, assente numa concepção de civilização eurocêntrica e de superioridade dos europeus sobre outros povos (as “raças superiores e inferiores”), mas que se espelha sobretudo em determinadas figuras do passado. Uma ideia de apogeu civilizacional é aqui decisiva. O autor enuncia uma “lei da expansão pela força centrífuga desintegradora da concentração nacional”, procurando aprofundar o seu argumento de que a expansão seria inevitável e ontológica ao espírito colectivo português – realçando o pendor cientificista dessa “lei” (Moura, A política …, p. 54). Na esteira deste tema, entende-se que o autor refira monarcas, infantes e comandantes militares que tenham influído sobre o fenómeno colonial de forma decisiva (mas nem sempre directa) e sempre apoiados pelo povo – encarado de forma quase sempre romantizada. Se, por um lado, D. João I e a “ínclita geração” são destacados pelo impulso da expansão (sobretudo o infante D. Henrique através da mítica Escola de Sagres), o momento cimeiro seria o reinado de D. João II com as riquezas que afluíam para o reino com a actividade comercial e a taxação sobre ela. Seria a acção dos “fortes homens” e “entusiastas guerreiros” dos séculos XII a XV, de D. Afonso Henriques e D. Dinis a Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e D. Francisco de Albuquerque (Moura, História Económica de Portugal , 1913, p. 49). Também destaca alguns exploradores do século XIX como Serpa Pinto, Hermenegildo Capelo e outros na esteira dessa acção colonial portuguesa que remontava a um passado mais distante. |
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