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É igualmente notado que a marca dos «grandes homens», benéfica na curta-média duração (dando o exemplo do Marquês de Pombal), poderia levar ao despotismo. Consequentemente, esse ideal de grandeza seria efémero. Contrariando essa direcção, o autor coloca a ênfase na nação enquanto ideal colectivo que, embora liderado por algumas figuras de destaque, deveria ter controlo sobre os seus destinos. Só dessa forma seria possível ir traçando a continuidade pela afirmação de determinados ideais, pugnando por um interesse colectivo ao invés de interesses de figuras particulares propensas ao despotismo (Moura, O Século XIX em Portugal. …, 1901, pp. 13-4). Se é verdade que o período subsequente às guerras liberais se revelou conturbado pelas vicissitudes políticas, só a partir de 1851 se assistiria à regeneração do reino através das obras de fomento e do investimento. O sistema financeiro, bastante criticado nos anos anteriores, recebia novo fôlego pela mão de capitalistas e banqueiros (e também dos empréstimos estrangeiros) que encetaram a construção de caminhos-de-ferro, estradas e obras públicas em geral. Assiste-se à apresentação de uma lógica de progresso e desenvolvimento, admitindo que Portugal estava a entrar numa era de prosperidade de que há muito carecia. A acção colonizadora no século XIX é encarada como “o problema máximo da existência nacional”, residindo aí o futuro de Portugal. Não por acaso, desenvolve-se a ideia de uma “ciência colonial” assente na história, na economia social, na etnologia, na estatística e no direito em ordem à promoção de um melhor nível de vida dos indígenas ao invés de os explorar (Moura, História Económica …, p. 298-300). Não obstante o pendor humanista e idealista dessa visão, há uma atitude paternalista que não passa despercebida: Carneiro de Moura recorre à metáfora do jovem que recebe educação na casa paterna e que se emancipa para traçar o paralelismo com as colónias que, tendo sido cuidadas, assimiladas e desenvolvidas pelo Estado, ganhavam autonomia ou até a sua independência. Tratar-se-ia de um “determinismo histórico”, como o próprio refere, ligado ao pendor cientificista da sua visão historiográfica ( ibidem , pp. 296-7). |
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