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Por outro lado, a expansão portuguesa teve um lado nefasto sobre as estruturas do reino, abrangendo diversos sectores económicos e fenómenos sociais. Carneiro de Moura não critica a expansão em si, mas as suas consequências: sem descurar o feito das conquistas portuguesas, a transição gradual de parte expressiva da população e das suas posses para as colónias – pressupondo aqui uma procura de riquezas e glória, bem como um reajustamento das prioridades dos grupos sociais dominantes e emergentes – conflituava com sectores económicos tidos como fundamentais para o desenvolvimento do reino - especialmente a agricultura. Deste fenómeno surgiria um declínio referente a determinadas concepções de moral e valores tradicionais. Como aponta o autor, no século XVI já “(…) a riqueza, quebrara o espírito nacional”, dando azo à ideia da procura desenfreada das posses materiais que resultaria na perda gradual desses valores acumulados. Entrevia-se a decadência, culminando no domínio filipino e na perda das colónias (Moura, História Económica …, p. 93 e ss). E se a restauração de D. João IV fora interpretada como o “ressurgimento da esmorecida alma portuguesa”, condena os efeitos das remessas de ouro do Brasil e a atitude despótica do absolutismo português, corporizado, em particular, por D. João V. O espírito cavalheiresco, belicoso e arrojado ao serviço de uma civilização quase transcendental fora assim substituído pela ociosidade, ignorância e cansaço, enquanto no século XVII se instituía a Inquisição como órgão de perseguição e censura. Terminava assim, nas palavras do autor, “(…) o ciclo áureo da epopeia portuguesa” (Moura, O Século XIX …, p. 10). |
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