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Jornalista, professor, político, escritor e historiador, Alfredo Pimenta foi das figuras mais irreverentes da primeira metade do século XX português, pela tendência para o confronto de ideias de forma abrasiva e, em especial, pela não-linearidade doutrinária, que o levaram a envolver-se não poucas vezes em polémicas acesas com figuras dos mais diversos campos políticos e culturais – de republicanos a monárquicos e de liberais a tradicionalistas. Nascido em Penouços, na freguesia de São Mamede de Aldão, concelho de Guimarães, a 3 de dezembro de 1882, numa família de poucas posses, cedo se muda para Braga com os pais (Manuel José Lopes Pimenta, um pequeno proprietário rural, e Maria Rosa), onde estuda no Colégio do Espírito Santo. Dois anos depois regressa a Guimarães para prosseguir os estudos, tutelado pelos tios, Silvestre Pimenta e Maria Emília de Meira, após o falecimento dos progenitores. Na cidade-berço frequenta assiduamente a biblioteca da Sociedade Martins Sarmento, que mais tarde dirá ter sido essencial ao seu percurso intelectual. Em 1899, parte para Coimbra, onde se forma em Direito em 1908 – apesar de ter tentado, sem sucesso, abandonar a licenciatura e matricular-se no Curso Superior de Letras, em Lisboa. Ao longo do primeiro quartel do século XX, deriva politicamente do campo republicano para o monárquico e apoia a solução saída do 28 de maio de 1926. Não desempenhará, contudo, cargos significativos no novo regime. Nomeado de forma efémera vogal da Comissão Central do Conselho Superior de Instrução Pública (entre 1933 e 1936), será, durante vários anos, conservador na Torre do Tombo, de que chega a assumir a direção, embora a breve trecho, em 1949, pouco antes de falecer. Foi também o primeiro diretor do Arquivo Municipal de Guimarães (atualmente com o seu nome), entre 1931 e 1950, e criador do Boletim de Trabalhos Históricos, ainda hoje publicado. Académico fundador da Academia Portuguesa da História (na qual colaborou, frequentemente, de forma polémica, incompatibilizando-se com vários académicos e chegando mesmo a ser expulso, entre 1946 e 1947), participa também em diversas outras associações e instituições culturais nacionais e estrangeiras, como a Associação dos Arqueólogos Portugueses ou o Instituto Português de Arqueologia, História e Etnografia. Publicista incansável desde os tempos de estudante em Coimbra, ao longo da vida dirige ou colabora em inúmeras publicações, como A Ideia Nova, A Nação, A Província, A Voz da India, A Voz Nacional, A Voz, Acção Realista, Acção Tradicionalista Portuguesa, Ala Moderna, Alma Nova, América Brasileira, Arquivo Literário, Arte & Vida, Bandarra, Brasília, Brotéria, Comércio de Guimarães, Contemporânea, Correio da Manhã, Correio do Minho, Correio do Sul, Época, Era Nova, Esfera, Gil Vicente, Ideia Nacional, Jornal do Comércio, Luz & Vida, Mocidade, Nação Portuguesa, O Dia, O Marcoense, O Minhoto, O Norte, Portugal Restaurado, Republica, Restauração, Revolução, Seara Nova, Serviço d´El-Rei, Tribuna Literária ou Voz Publica. |
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