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PIMENTA, Alfredo Augusto Lopes São Mamede de Aldão, 1882 – Lisboa, 1950 |
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Após o 5 de outubro, aproxima-se da corrente moderada de António José de Almeida, redigindo o manifesto do Partido Evolucionista e colaborando na criação das bases programáticas, em 1912. À época, as suas intervenções centram-se frequentemente naquele que era um dos pontos focais da crítica evolucionista: o debate quanto ao reforço do papel do presidente da república e aos poderes de dissolução do Congresso, como ponto de equilíbrio face a um excessivo parlamentarismo (Política portuguesa. Elementos para a solução da crise nacional, 1913). Posição interessante se comparada com a avaliação que fará, alguns anos mais tarde e já no campo monárquico, ao regime sidonista: "Os republicanos, verdadeiramente, não podem ser presidencialistas […]. Os presidencialistas não são republicanos puros, são republicanos monarquizados." (A situação política, 1918, p. 31). A partir de 1913, ano em que tenta, sem sucesso, concorrer a uma posição na Faculdade de Direito de Lisboa, começa a afastar-se rapidamente do republicanismo. Colabora, em 1914, na Nação Portuguesa, principal órgão do Integralismo Lusitano, motivando inclusive um curioso esclarecimento por parte da redação da revista, justificando a publicação de um autor que, não obstante "o curioso paradoxo de ainda se declarar republicano" ("O problema religioso", Nação Portuguesa, n.º 4, p. 105), era já considerado como doutrinalmente próximo. Já totalmente desencantado com o regime e, em especial, com o Partido Democrático, escreverá nesse mesmo ano um duro artigo no jornal República ("O partido dos escândalos", 12-6-1914 – que irá abrir uma profunda crise nas relações entre António José de Almeida e Afonso Costa e motivará, inclusive, que este desafie o líder evolucionista para um duelo), marcando o início da sua última grande inflexão política. Na véspera da revolta de 14 de maio de 1915 adere totalmente à monarquia (opção explicada no opúsculo A solução monárquica), embora colabore ainda fugazmente na Liga Nacional, projeto de convergência cívica que, entre 1915 e 1918, reuniu personalidades dos meios católicos e monárquicos, bem como republicanos evolucionistas e unionistas. |
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