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Mas se o império entrara num período de decadência económica a partir do século XVI, determinados estadistas foram mantendo as suas capacidades governativas. No século XIX, alguns estariam dotados de um “grande tacto político” que contribuiu para o progresso do país, destacando Fontes Pereira de Melo, Anselmo Braancamp e José Luciano de Castro como exemplos desse estadismo ( ibidem , vol. VI, p. 612). Não por acaso, seria neste último século que se assistiria, segundo o autor, à materialização de conceitos como “regeneração” e o já referido “progresso” – coincidindo com a época sua contemporânea e figuras com as quais terá certamente convivido, como Luciano de Castro. Alguns grupos da sociedade portuguesa seiscentista são apresentados como estando imbuídos de uma certa “corrupção da consciência”, toldados pelas riquezas oriundas da Índia e da América. Tal pode induzir-nos a uma ideia de decadência moral advinda das riquezas oriundas das colónias a partir do século XVI, em oposição a supostas virtudes que estariam presentes antes da expansão portuguesa. Isto levanta o tema da decadência nacional generalizada que encontrava as suas raízes na consolidação do império, desvirtuando uma sociedade idealizada (por vezes, de forma utópica) que seria a época medieval – elemento bastante presente na historiografia oitocentista e novecentista portuguesa. A morte de D. Sebastião suscita a questão do sebastianismo – a morte do rei, a desgraça iminente e a esperança de um retorno à grandiosidade. O domínio espanhol, neste sentido, terá aprofundado esse sentimento de insatisfação generalizada. Os espanhóis, descritos como estando ansiosos de se apoderarem das riquezas coloniais portuguesas, terão penetrado na corte em vésperas da crise de 1580 e, aquando da reivindicação de Filipe II de Espanha ao trono de Portugal, facilitado a afirmação do novo monarca em detrimento da independência. A este bastaria “fingir que respeitava todos os direitos de Portugal” (Antero, Os falsos Principes , 1927, pp. 88-9), o que vem reforçar uma antagonização deste monarca e, de forma geral, à dinastia filipina – algo reforçado pelas crises a que o Império Português foi sujeito durante este período. |
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