![]() |
|||||||||||||
![]() |
![]() |
![]() |
|||||||||||
![]() |
|||||||||||||
| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
![]() |
|||||||||||||
Duas áreas a sublinhar são o progresso das ciências e as artes. O autor apoia-se em Antero de Quental e na seu célebre ensaio sobre a decadência dos povos peninsulares para afirmar que as ciências, salvo algumas excepções , estagnaram no espaço ibérico nos séculos XVII e XVIII, mas o inverso sucedeu com as artes neste momento. De facto, fala-se de uma “estreita afinidade” entre os dois reinos nas trocas culturais, da literatura e poesia à música e arquitectura . Mas novamente emerge a ideia de “decadência” nas artes, marcada pela eventual predominância de estilos franceses e italianos e, a partir do século XIX, pelo romantismo. Para Adriano Antero, citando Teófilo Braga, este último movimento era “a melancolia e o desalento do espírito”, uma noção pessimista que poderia ser associada, de forma valorativa, a uma idealização do espírito aventureiro e heróico dos portugueses num período mais remoto em contraste com um sentimento negativo generalizado de determinadas franjas sociais – as elites – da sociedade portuguesa oitocentista ( ibidem , pp. 41-51). Adriano Antero era iberista? Se por um lado, na sua narrativa histórica nota pontos de contacto entre ambas as nações, também é um facto que sublinha mais afinidades culturais do que políticas. E apresenta a afirmação da independência nacional como ideal e imperativo desejado pelos portugueses ao longo da história, não obstante as familiaridades e relações históricas peninsulares que não esquece. Um ideal de iberismo cultural afigura-se plausível nestes termos. Seria pois possível cruzar o pensamento de Adriano Antero com o de alguns intelectuais do seu tempo, cujo paralelismo histórico não implicava a unidade política (Matos, “Conceitos de Iberismo em Portugal, 2007, pp 178-9). |
|||||||||||||