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Há uma cultura portuguesa, que tem relações com a cultura espanhola, mas culturas que são distintas. Portugal está formado desde 1250, com a conquista do Algarve. E logo forma uma entidade distinta da de Castela. Mas a Espanha ainda não se formara. Em contraste com um Portugal “unificado, completo”, há os reinos separados de Castela, Aragão, Navarra e o reino muçulmano de Granada. (Études sur l’histoire..., p. 17). E Portugal vai esforçar-se por se manter independente. Mesmo a expansão marítima se deve à desproporção entre as duas entidades políticas. E até mesmo no domínio linguístico, cujas fronteiras concordam em especial com o que se passa no domínio da política. Embora política e cultura não possam confundir-se, e tampouco se sobreponham. E até pelo menos à Restauração de 1640, Robert Ricard defende ter havido e subsistido uma cultura peninsular, quando as línguas já se diferenciavam. E procura sempre encontrar nas duas literaturas aspectos a que designa por “complementares” e não oposições. Do mesmo modo que “navegadores portugueses e conquistadores espanhóis se completam” (Études et documents, p. 9). O que não deixa de considerar os aspectos políticos, nomeadamente após a União Ibérica. |
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