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ADAMSON, John Gateshead, 1787 - Newcastle-upon-Tyne, 1855 |
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Esse era o modelo historiográfico para Ricardo Jorge, até pela intimidade que respirava com as ciências exatas, mostrando-se sempre na procura do “documento” original, que apresenta peneirado pela crítica interna e externa, valorizando os arquivos. Daí que alguns trabalhos se arrastassem no tempo, em sucessão de artigos com acrescentos e correções, em decantação para a publicação final, minimizando o subjetivismo indissociável da produção, procurando o confronto com versões de outros autores, saturando o texto de citações e notas. Sem arrebiques literários, ainda assim a escolha das palavras e as imagens da reconstrução do passado trazem em Ricardo Jorge um estilo vernáculo, completamente original, com neologismos ou termos inesperados que importa de outras áreas. Tinha Ricardo Jorge uma auto-imagem de historiador? Em crítica a Silva Carvalho por omitir qualquer referência aos seus contributos na História da Medicina Portuguesa, publica o texto Um pseudo-historiador justiçado (1932), inscrevendo-se, com alguma modéstia, na tribo historiográfica: “Sem que me queira inculcar historiador, sou dos raríssimos que tenham cavado na gleba histórica; em toda a já longa carreira, desde o seu início, me dominou o amor da história médica e da não médica, a social, a nacional, a literária, a artística. Desde o relanço pelo passado de cada assunto até à monografia e à biografia, de tudo há, valha o pouco que valer, nessa variada série escritural. Há sobretudo, em tudo quanto tenha de tocar, o que pode chamar-se o sentimento histórico – o método que leva a projetar no passado a questão sujeita para que melhor se possa aferir o seu estado atual e aclarar juízos críticos.” (Um pseudo-historiador…, 1932, p. 14). Metodologia e neutralidade são as linhas recorrentemente invocadas na operação historiográfica produzida por Ricardo Jorge e que atravessa uma grande parte da sua multimoda bibliografia, cujo levantamento mais extenso parece ser ainda “Contribution à la bibliographie du prof. Ricardo Jorge publiée par le prof. Eduardo Coelho et completée à l’Institut Supérieur d’Hygiene” (Boletim do Instituto Superior de Higiene Ricardo Jorge, 1946, Vol. 1, n.º 1, pp. 13-25): uma listagem de 255 títulos e aviso para um número indefinido de “esparsos”. |
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