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Claudio Sánchez-Albornoz nasceu em Madrid, no dia 7 de abril de 1893, porque essa semana o seu pai jurava como deputado nas Cortes; mas cresceu em Ávila, onde a sua família tinha tido ao longo do século XIX um notável desempenho político. O seu tataravô, por exemplo, tinha colaborado com Juan Álvarez Mendizábal (1790-1853), figura central da revolução liberal espanhola; e o seu tio-avô, Lucio Sánchez Albornoz, tinha sido destituído como ‘regidor’ da cidade pela negativa a jurar a Constituição de 1869. Foram tantas as histórias que, ao longo da sua infância e da sua adolescência, CSA herdou dessa família burguesa, primeiro revolucionária e depois conservadora, que dizia poder escrever ‘o esqueleto’ de uma história de Espanha no século XIX a partir das conversas com a sua bisavó. Prova do impacto desses relatos na sua formação é o primeiro ensaio que publicou, com apenas dezoito anos, intitulado «Ávila desde 1808 hasta 1814». Este ambiente familiar, e o facto de ter crescido a ler as atas das sessões de Cortes, que ocupavam uma parte das estantes da casa dos pais, orientaram-no para o Direito. Todavia, no ano 1911, conheceu a Eduardo de Hinojosa y Naveros (1852-1919), investigador especializado no estudo das bases germânicas do Direito espanhol e na história medieval da Península Ibérica, e muito influenciado pela historiografia alemã, que o animou para estudar História. Acabava de ser criado o Centro de Estudios Históricos, que fazia parte do programa da Institución de Libre Enseñanza e era dirigido por Ramón Menéndez Pidal. Este e outros membros do Centro seriam marcantes na formação de CSA. A carreira académica de CSA foi vertiginosa: licenciado em 1913 e doutor em 1914 pela Universidad Central, membro do Cuerpo Facultativo de Archiveros, Bibliotecarios y Arqueólogos em 1915, catedrático na universidade de Barcelona em 1918 e, desde 1920, na Universidad Central, antes desta última data tinha lecionado também na universidade de Valladolid. Em 1921, por sugestão de Ramón Menéndez Pidal, decidiu participar num concurso nacional sobre as instituições no reino das Astúrias com um trabalho – que permaneceu inédito – intitulado Historia del Reino de Asturias y de sus Instituciones. Para preparar a sua investigação visitou dezenas de arquivos e elaborou fichas que seriam a base de grande parte dos seus trabalhos posteriores. Esta fase da Alta Idade Média ibérica – o período de formação dos reinos asturiano-leonês e castelhano – foi ao mesmo tempo o ponto de partida e a principal referência das suas investigações, nas quais sublinhou o peso desses séculos nos posteriores – e não apenas nos medievais, mas também nos modernos e nos contemporâneos – e a sua importância na origem e desenvolvimento das instituições ibéricas, objeto de grande parte dos seus trabalhos. Em relação direta com estas temáticas, pouco depois de receber o prémio do concurso, em 1924, CSA fez parte da equipa que fundou o Anuario de Historia del Derecho Español. A publicação, dividida em quatro partes – artigos sobre história dos direitos espanhol, muçulmano e hispano-americano, documentos, bibliografia e ‘Varia’ –, era dirigida por discípulos de Eduardo de Hinojosa e estava inspirada em modelos franceses e alemães. No primeiro número foram publicados textos de vários especialistas estrangeiros, como Ernest Mayer e Paulo Merêa, entre outros. Mesmo se CSA aparecia no Anuario como secretario de redacción, foi desde o início a alma da revista e, a partir de 1928, o principal editor.
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