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SÁNCHEZ-ALBORNOZ Y MENDUIÑA, Claudio Madrid, 1893 – Ávila, 1984 |
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De regresso em Espanha, no ano 1928, depois de ter visitado vários países europeus, CSA começou a dirigir um seminário de história das instituições medievais espanholas, integrado por muitos dos seus orientandos, que em 1932 deu origem ao Instituto de Estudios Medievales. A principal missão do instituto era a publicação dos Monumenta Hispaniae Historica, uma coleção documental similar às que já na altura tinham sido publicadas em Alemanha, França e Portugal. Estas fontes seriam os pilares para a construção de um discurso histórico-jurídico paralelo e irmanado com o discurso que os especialistas em história da literatura tinham construído no Centro de Estudios Históricos: uma história de Espanha com ‘o povo’ como protagonista e Castela como centro de gravidade. O protagonismo do povo na construção da identidade nacional legitimava-a e tornava-a perpétua, e o peso de Castela acentuava a oposição destes investigadores à ideia de uma Espanha ‘invertebrada’. Escrevia-se assim uma historiografia nova, liberal e conservadora do ponto de vista político, muito atenta à história municipal e ao estudo das cidades – onde ‘o povo’ residira –, compatível com os discursos historiográficos de outros países europeus e distanciada do relato criado pelo Romantismo, que tinha desenhado uma história nacional fortemente marcada por elementos religiosos. A atenção às instituições nos estudos de CSA não esteve limitada às jurídicas. Temáticas como o comércio, a propriedade da terra ou os senhorios medievais foram observadas nos seus trabalhos desde a perspetiva do estudo das ‘instituições sociais’, de tal maneira que o objeto era sempre a instituição – por exemplo, no caso das behetrías castelhanas, a encomendación – e as suas características formais determinavam a substância desse objeto. Assim, a partir de uma análise empírica – baseada nos documentos coevos – das formas sociais, valorizava a sua evolução como consequência do passo do tempo e da adequação às circunstâncias, e privilegiava sempre o fundo permanente, a estrutura mantida ao longo dos séculos. Instituições como as behetrías – comunidades que escolhiam o seu senhor – ou as reuniões de cortes tiveram, para CSA, origem nas sociedades alto-medievais, e depois evoluíram mantendo a sua essência formal. Esta teoria teve um enorme peso nas investigações posteriores e, embora em parte matizada, tem sido também reforçada por estudos relativamente recentes. Várias destas premissas, aliás, serviram de base para a aplicação de algumas das medidas políticas que caracterizaram a Segunda República, como o projeto de lei de reforma agrária.
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