Com apenas onze anos de idade, António da Silva Rego, um dos catorze filhos de Joaquim da Silva Rego e de Bernardina de Freitas, rumou para Macau para ingressar no Seminário de São José, a convite do seu primo e reitor desta instituição, António José Gomes. Com vinte e dois anos completou a sua formação, leccionou naquele seminário e recebeu a ordenação sacerdotal pelas mãos de D. José da Costa Nunes, bispo de Macau e patriarca das Índias (R. Gulbenkian, "Elogio..", 1991, p. 148; A. Corral, "A Sociedade...", p. 105.). Em 1928, foi enviado por este último em missão para Singapura e por lá permaneceu durante cerca de dez anos, enquanto pároco da Igreja de São José e director da St. Anthony's Boys School. Não foi ao acaso que Roberto Gulbenkian epitetou António da Silva Rego como o «Padre Mestre do Oriente» (Idem, p. 163). Os primeiros anos de mocidade passados a Oriente viriam a ser determinantes, a jusante, na definição da principal matéria de estudo sobre a qual se ocuparia Silva Rego até ao final dos seus dias: a história da missionação e do padroado português no espaço asiático (Idem, p. 149; J. Mendes de Almeida, "A minha homenagem...", 1991, p. 16). Rumou para a Europa, novamente mandatado pelo bispo de Macau, para frequentar a Universidade Católica de Lovaina, onde completou a licenciatura em História (Sciences Historiques). Como registou mais tarde um elemento da sua equipa, com o deflagrar da Segunda Guerra Mundial, no decurso da invasão alemã da Bélgica e numa tentativa de fuga, Silva Rego chegou a ser acusado de espionagem, ficando temporariamente detido (E. Trigo de Sousa et al, "Prof. António da Silva Rego...", 1991, pp. 252 e 251). Desfeito o equívoco, em 1942, regressou a Portugal, instalando-se em Lisboa num apartamento, que de tão reduzida dimensão o obrigava a transformar o café Brasileira numa espécie de sala para receber as suas visitas (R. Gulbenkian, ibidem, p. 151).

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