Doutor em Teologia (1886) e Letras (1916) pela Universidade de Coimbra, sacerdote secular, «liturgista, filólogo, canonista, arqueólogo e historiador», na extensão da lápide evocativa colocada em 1944 na casa onde nasceu, foi uma personalidade vincada da diocese e da Universidade de Coimbra, onde exerceu o magistério entre 1887 e 1930, primeiro na Faculdade de Teologia e, depois da extinção desta, na Faculdade de Letras, onde se jubilou.

Teve por pais Serafim Garcia Ribeiro (1823-1912) e Maria José Cândida Coelho Freire de Faria da Cunha e Vasconcelos (1825-1865). O pai, que casou em segundas núpcias, havia conhecido Coimbra na sua juventude, onde conservava velhos amigos em 1850 e 1867, referenciados nas «memórias» do filho. Em Coimbra havia residido o irmão mais velho, Dionísio Garcia Ribeiro (1821-1886), que entrou para o Seminário (1840) e frequentou na Faculdade de Teologia o curso eclesiástico, tendo sido ordenado presbítero em 1844. Serafim permaneceu em S. Paio de Gramaços (Oliveira do Hospital), onde se dedicou à administração de suas fazendas. O irmão Pe. Dionísio, «filho da principal família da terra», tinha «para sua sustentação bens patrimoniais suficientes», como se exprimiu o próprio sobrinho lente, identificando-se socialmente, o qual acrescenta, referindo-se ao avô paterno, ter sido este «um grande administrador e activo agricultor», de quem herdou, provavelmente, as qualidades de organizador e executor. E as testemunhas ouvidas nas informações para a ordenação sacerdotal do Pe. Dionísio deixaram claro que os pais e avós «serviram os empregos honrosos do estado e ordem pública». Uma classe média honrada.

AV, órfão de mãe aos cinco anos, ficou a dever ao tio sacerdote «a educação e a situação social», como deixou explícito ao longo da sua obra em múltiplas referências de profundo reconhecimento. O Pe. Dionísio, com efeito, mudou-se em 1851 para a paróquia de S. Paio de Gramaços, pouco depois da viuvez do irmão, onde exerceu larga acção pastoral e pedagógica. Quando AV atingiu 8-9 anos, o tio Dionísio, «querendo dirigir pessoalmente em Coimbra a educação literária do seu sobrinho», na expressão deste, concorreu à igreja paroquial de S. Martinho do Bispo, onde foi colocado em 1869 e onde residiu até ao falecimento (1886), acabando por ser arcipreste e arcediago.

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