| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
Simões, Alberto da Veiga | |||||||||||||
Fê-lo em apenas cinquenta e nove dias, através do Decreto de 12.12.1921. Pouco antes de completar o seu trigésimo terceiro aniversário. Não obstante o governo que se seguiu haver suspendido a execução da reforma, esta haverá de vir a inspirar outros ocupantes do Palácio das Necessidades. Entre 1922 e 1924, esteve em Berlim. Se aqueles que o admiravam continuaram a aplaudir a sua ação, fruto dos acordos comerciais por si negociados e alcançados, aqueles que o desdenhavam aproveitaram todos os pretextos para miná-la, conspirando o primeiro processo disciplinar contra si. Enquanto procurava defender-se, ainda se deixou seduzir por mais uma nova proposta partidária republicana. A do Partido Republicano Radical, cujo Diretório presidiu, em 1925. Arquivado o processo disciplinar que lhe foi movido, abandonou, em definitivo, a atividade partidária. Os anos que se seguiram foram passados entre Praga, Viena e Budapeste, de 1926 a 1933. Enquanto os que reconheciam a sua valia se lhe mantiveram fiéis, os que pretendiam denegri-lo usaram, de novo, todos os expedientes para que lhe fossem movidos mais dois processos disciplinares. Em 1933, o presidente do Conselho, então mais sensível às suas qualidades diplomáticas do que às suas convicções políticas, anuiu na sua promoção a ministro de 1.ª classe e consequente colocação em Berlim. Até 1940. Neste ano, em junho, a iminência da invasão das tropas alemãs constrangeu-o a repensar a sua decisão. Veiga Simões foi colocado na disponibilidade. Por haver protelado a sua saída da capital alemã, para além de mais um processo disciplinar, foi condenado a dois anos de inatividade, sem vencimento. Em 1946, ainda lhe ofereceram uma colocação na China. Um presente envenenado. Uma despromoção para um diplomata de carreira firmada na Europa. Retardando a ida para o Oriente, foi pura e simplesmente demitido. Recorreu. Mas os juízes do Supremo Tribunal Administrativo não lhe fizeram justiça. Se a estada em Praga, Viena e Budapeste, concluídos que foram os acordos financeiros e comerciais com a Áustria e com a Hungria, se transformou num demorado compasso de espera, até nova nomeação diplomática, proporcionou-lhe a disponibilidade, em termos de tempo, para poder aprofundar o seu interesse pelas coisas da História. Leu muito. Muitíssimo, aliás. O que havia de mais recente na produção historiográfica do momento. Fossem historiadores portugueses. Fossem historiadores estrangeiros. Quer aqueles com os quais se identificava, para os elogiar. Quer aqueles outros dos quais se demarcava, para rebater as suas teses. Mas não descurou as fontes. Mormente nos centros europeus pelos quais deambulava. Onde teve acesso a riquíssima documentação original. Onde foi reconhecido pelas suas análises. Do presente. Como do passado. Em Lisboa, os sucessivos titulares da pasta dos Negócios Estrangeiros foram recebendo pedidos de autorização para poder responder aos convites que lhe iam sendo endereçados. |
|||||||||||||