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Simões, Alberto da Veiga | |||||||||||||
Em 1929, conferenciou na Sorbonne, sobre a França e Portugal durante a Guerra dos Cem Anos. Infelizmente, contudo, este é um dos seus textos que não foi localizado. Em 1931, por ocasião da realização do Congresso Internacional de Ciências Históricas, em Budapeste, para além de ter sido escolhido como delegado português, foi igualmente nomeado como vice-presidente da “Comissão das Grandes Descobertas”. Ter-se-á debruçado sobre as viagens marítimas para Ocidente anteriores a Colombo. Outra intervenção, no entanto, que se desconhece. Neste mesmo ano, na Academia de Direito Internacional da Haia, o público que aí se deslocou pôde ouvi-lo dissertar sobre questões hodiernas, mais propriamente as novas orientações da política económica internacional. O resultado deste curso, para satisfação de todos quantos se interessam pela economia, ainda pode ser lido – Les nouvelles orientations de la politique économique internationale, 1932. Um ano depois, no Instituto de Altos Estudos Diplomáticos de Bruxelas, foi a vez do respetivo auditório ouvi-lo, em francês, sobre as relações entre Portugal e a Flandres no alvorecer da era capitalista. Também esta conferência, para gáudio dos que apreciam a sua escrita da História, continua a poder ser lida, quer na sua versão original, quer em português – La Flandre, le Portugal et les débuts du capitalisme moderne, 1933 ou “A Flandres, Portugal e os primórdios do capitalismo moderno”, 2004. Nesta palestra, Veiga Simões procurou destacar o contributo de Portugal e da Flandres no lançamento das bases da modernidade, no que à economia dizia respeito. No século XIV, as cidades italianas, que até então abasteciam a Europa, dos produtos orientais, através do Mediterrâneo, viram-se obrigadas a rumar ao Atlântico, passando a usar as rotas desde há muito inauguradas pelos comerciantes portugueses nas suas trocas com a Flandres. Também as instituições de direito comercial e marítimo, criadas e desenvolvidas pelos monarcas lusos, com particular destaque para D. Dinis e D. Fernando, passaram a ser adotadas pelos demais mercadores. Se «a formação histórica de todas as nacionalidades é o resultado da sua geografia» (A Flandres…, 2004, p. 32), Portugal não poderia ser exceção. Na foz dos grandes rios nasceram os aglomerados urbanos de maior amplitude. Quanto à produção do respetivo hinterland, ao invés de pender para o interior da Península, tendia naturalmente para os portos marítimos. O mar foi, por conseguinte, o nosso destino natural. E histórico. Aqui chegados, não eram tanto as águas do Mediterrâneo que estes produtos sulcavam mas mais as do Atlântico. No sentido do Norte, nomeadamente da Flandres. Tratava-se de um comércio regular. Produtos da terra, como as uvas, o vinho, o azeite, os figos, o mel e a cera, ou o sal marinho, ou objetos da pequena indústria doméstica. Primeiro comércio local. Depois nacional. Porquanto este país, cedo transformado em unidade política, cedo se assumiu, também, como unidade económica. Um país cujos reis selaram os interesses dos mercadores das suas cidades, ou os seus próprios interesses, com as sucessivas uniões matrimoniais firmadas entre a sua descendência e destacadas personalidades da Europa do Norte. |
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