Do ponto de vista da sua organização interna, ainda de harmonia com o decreto de nº 22.338 (promulgado pela iniciativa de Gustavo Cordeiro Ramos, ministro da Instrução Pública), a direcção da revista plasmava a organização do órgão decisor do Instituto de História, Arqueologia e Etnografia, assumindo-se inerência de funções, com o seguinte desenho administrativo: presidente, vice-Presidentes, 1º secretário e conservador das colecções, 2º secretário, vogal encarregado das publicações, tesoureiro e 2 vogais.
O número inaugural da revista abre com José Leite de Vasconcelos (João Paulo Silvestre, “Vasconcelos [Pereira de Melo], José Leite de, Dicionário dos Historiadores Portugueses) como presidente, bem como com Manuel Heleno Júnior e João Silva Marques (compilador dos Descobrimentos Portugueses) como vice-presidentes; Orlando Ribeiro (nome maior da Geografia portuguesa) ocupa o cargo de 2º secretário e José Augusto Frazão de Vasconcelos (historiador de algum prestígio durante o Estado Novo) o de vogal encarregado das publicações; este desenho coloca em posições de chefia algumas das figuras mais influentes da academia portuguesa dos primeiros 3 quartos do século XX; Orlando Ribeiro mantém-se nas mesmas funções em 1942, mas ter-se-á aparentemente afastado depois desta data, talvez fruto da “disputa (…) em torno da herança de José Leite de Vasconcelos, de quem se consideravam, ambos [Orlando Ribeiro e Manuel Heleno], zelosos discípulos” (Carlos Manuel Valentim, Idem); Frazão de Vasconcelos manterá o mesmo cargo até 1965, tornando-se vogal nos números seguintes de 1966 e de 1969, falecendo neste último ano; digno de interesse será o facto de, em 1942, por morte de Leite de Vasconcelos, o cargo de presidente se apresentar vacante: Manuel Heleno somente aparecerá como detentor do cargo máximo em 1948, assim se mantendo até à sua morte, em 1970; em 1979, será já Justino Mendes de Almeida (historiador e arqueólogo, vice-presidente da Academia Portuguesa da História e antigo presidente da Junta de Investigações do Ultramar) o seu director.
O local de edição é invariavelmente Lisboa, por norma numa tipografia sita na Rua das Gáveas, ao Bairro Alto: numa fase inicial contava com as quotizações dos sócios do IAHE; posteriormente, contará com o alto patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian (a edição de 1965 possui uma fotografia de Calouste Gulbenkian) e da Secretaria de Estado da Cultura (1979).