Em suma, alicerçada num ideário enformado pela necessidade de preservar o património arqueológico, histórico e etnográfico da “nação portuguesa”, a Ethnos, ainda que esparsamente publicada, serviu como palco de afirmação de uma certa concepção do devir da nacionalidade portuguesa, profundamente coerente com o Zeitgeist do nacionalismo cultural, estendendo-a até ao Neolítico, e incorporando deliberadamente os Lusitanos. Institucionalmente sedeada no Museu Etnológico, na Faculdade de Letras de Lisboa e na sua derivação do IAHE, fez parte da reinvenção do legado científico da figura tutelar de Leite de Vasconcelos por parte do seu discípulo Manuel Heleno. Bibliografia: Carlos Fabião, “Um século de Arqueologia em Portugal I”, Al-Madan, série II, nº 8,1999, pp. 104-106; IDEM, Uma História da Arqueologia Portuguesa: das origens à descoberta da Arte do Côa, Lisboa, Clube do Coleccionador dos Correios, 2011; Carlos Manuel Valentim, “HELENO (Júnior), Manuel Domingues, Dicionário dos Historiadores Portugueses. Da Academia Real das Ciências ao final do Estado Novo (coord. Sérgio Campos Matos), Disponível online em dichp.bnportugal.pt; Ethnos. Revista do Instituto de Arqueologia, História e Etnografia. 8 vols., Lisboa, IAHE, Fundação Calouste Gulbenkian, Secretaria de Estado da Cultura, 1935-1979; João Luís Cardoso, “O Professor Mendes Corrêa e a Arqueologia Portuguesa”, Al-Madan, Série II, nº 8, 1999, pp. 138-156; João Luís Cardoso, Luís Raposo, Nuno Bicho e Carlos Fabião (edição), Manuel Heleno: Pioneiro do Ensino e da Investigação Arqueológica em Portugal (1923-1964), Suplemento 8 - O Arqueólogo Português, Lisboa, Museu Nacional de Arqueologia/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2013; João Paulo Silvestre, “VASCONCELOS [Pereira de Melo], José LEITE de, Dicionário dos Historiadores Portugueses. Da Academia Real das Ciências ao final do Estado Novo (coord. Sérgio Campos Matos), Disponível online dichp.bnportugal.pt. Gonçalo Matos Ramos |
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