Não se encontra qualquer indicador da tiragem da revista: podemos especular que, tendo em conta os assuntos que abordava, bem como as reconhecidas dificuldades financeiras do IAHE ao longo da sua existência, não seria de molde a augurar-lhe uma distribuição vasta. Não temos também qualquer referência ao preço da publicação.
Prioritariamente dedicada a temáticas arqueológicas, históricas e etnográficas e a obedecendo aos ditames da historiografia da Escola Metódica, que recorria com persistência à reprodução fac-similada de documentação avulsa, a revista destina-se, claramente, a um público erudito, especializado nestas ciências. Não é, de todo, uma revista de divulgação. É um periódico científico, destinado à actualização dos resultados de expedições arqueológicas sitas em território nacional (mesmo quando apresentada por autores estrangeiros), à exposição de investigação etnográfica de campo, à exploração historiográfica de topoi maioritariamente focados no período da Expansão Portuguesa e, marginalmente, no debate de subtilezas filológicas.
A periodicidade é extremamente irregular, contabilizando-se apenas 8 números entre 1935 (terminus a quo) e 1979 (terminus ad quem); em abono da verdade, inexiste em todos os números, bem como nos estatutos do instituto de que era dependente, qualquer menção à aparente periodicidade da revista científica; parece ter sido publicada apenas pelo esforço permanente de Manuel Heleno e, em duas ocasiões, no contexto das homenagens académicas prestadas na sequência da morte de duas figuras incontornáveis naquele contexto: Leite de Vasconcelos (recordado na edição de 1942, com menções frequentes na seguinte, de 1948) e Manuel Heleno (rememorado em 1970, ano da sua morte); por outro lado, a partir de 1965, parece haver um esforço consistente no sentido de se regularizar a sua periodicidade, manifesto no facto de se publicarem 4 números em 5 anos (1965, 1966, 1969 e 1970): talvez a tomada de consciência, por parte de Manuel Heleno, da subalternização da revista que homenageava o seu mestre Leite de Vasconcelos e fruto das circunstâncias profissionais: lembremo-nos que deixara a Direcção da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1964.
Podemos delimitar 3 fases na evolução do periódico: a primeira na sombra de Leite de Vasconcelos (a edição de 1948 apresenta uma fotografia da escultura do arqueólogo, da autoria de Raúl Xavier, datada de 1934) ou fase inicial (1935-1948); a segunda sob a égide de Manuel Heleno ou fase de ressurgimento (1965-1970) e a terceira, a perda da raison d’être, ou o epílogo (1979).