Quanto à organização da Revista, previam-se Artigos nos quais seriam tratados “problemas” que interessassem “directa ou indirectamente” à História de Portugal, “nos seus diferentes aspectos”, e várias secções: a Miscelânea “constituída por breves notas, comentários, etc., que de alguma maneira possam contribuir para esclarecer qualquer aspecto da nossa História”; Historiografia estrangeira, dedicada à divulgação “dos mais importantes trabalhos publicados nos diversos países sobre história política e eclesiástica, história económica e social, direito e instituições, (no 2º tomo a designação passou para Historiografia nacional e estrangeira, acrescentando-se recensões a trabalhos sobre Fontes e Ciências Auxiliares da História e História do Pensamento); Bibliografia, parte dedicada à apreciação dos “trabalhos que constituem realmente novas contribuições para o conhecimento da nossa História” e de cujo aparecimento fosse informada e, finalmente, a Vária onde seriam “registados os mais importantes acontecimentos relativamente à historiografia nacional e estrangeira e, particularmente, a actividade do nosso Instituto”.
Do texto atrás transcrito, realçamos o facto de a RPH ter como principal objectivo a divulgação dos resultados da pesquisa histórica, referentes à História de Portugal, elaborada pelos membros do Instituto de Estudos Históricos, podendo igualmente publicar textos de outros historiadores que quisessem trabalhar “de harmonia com os seus métodos de investigação e crítica históricos”. A metodologia de pesquisa e de construção históricas constituía-se, assim, como único critério de inclusão ou de exclusão de artigos. Aberta ao exterior, a RPH ambicionava “dar novos rumos à historiografia nacional”, desiderato que se pretendia concretizar através da inclusão de recensões sobre historiografia estrangeira. Os redatores da RPH cumpriram, escrupulosamente, este objectivo nos primeiros números. Com efeito, o primeiro tomo publicou 100 páginas dedicadas à produção historiográfica estrangeira, referente a 1939, de autoria de uma plêiade de destacados historiadores estrangeiros: Pedro Calmon (Brasil), R. Prieto Bances (Espanha), José Torre Revello (Argentina), Augustin Fliche (França), Charles Verlinden (Bélgica e Holanda), Mario Viora (Itália).