A historiografia inglesa foi tratada por temas: A. Taylor Milne (História Geral e Política), Artur Redford (História Económica e Social), Marjorie Blatcher (História do Direito e das Instituições). Finalmente Eugen Wohlhaupter escreveu sobre o “Folclore jurídico” na Alemanha. No tomo II, saído em 1943, continuaram a colaborar Prieto Bances (Espanha), Augustin Fliche (França) e Charles Verlinden (Bélgica e Holanda) com recensões sobre a produção historiográfica relativa aos anos de 1940-1941. Na mesma secção, colaboraram historiadores portugueses que recensearam a produção historiográfica referente a 1939-41 nos campos seguintes: João Franco Machado (História dos Descobrimentos) Magalhães Vilhena (História do Pensamento) e Braga da Cruz (História do Direito e das Instituições). Por sua vez, Torquato de Sousa Soares escreveu sobre uma dezena de livros.
Na sua primeira década de vida, a RPH não conseguiu tornar-se um anuário, “com 300 a 400 páginas”, como os seus fundadores pretendiam: o tomo III saiu em 1947. A secção referente à historiografia nacional e estrangeira ficou, entretanto, muito extensa com cerca de 132 páginas. Manteve-se a colaboração de historiadores franceses e ingleses e publicaram-se artigos referentes a estudos históricos publicados na Alemanha e nos Estados Unidos da América do Norte. As novas colaborações reportavam-se aos anos de 1939 a 1944, inserindo-se nos campos seguintes: história geral e política, história religiosa, história da cultura, história do pensamento, história económica e social, história do direito e das instituições, teoria da história e história da historiografia, fontes e ciências auxiliares da história. Os historiadores portugueses que leram os três primeiros tomos da RPH tiveram, assim, a oportunidade de conhecer e acompanhar “os rumos” da produção historiográfica estrangeira, europeia e americana, nos principais campos da história. A partir de 1949, a revista deixou de oferecer essa ampla informação, fechando-se ao exterior, provavelmente devido a constrangimentos ideológicos.
Uma apreciação das orientações historiográficas da RPH passa, sobretudo, pela análise dos textos nela publicados. Os artigos dados a lume no primeiro tomo abordavam temas referentes ao período da Reconquista, com excepção de um texto de autoria de Damião Peres sobre as Viagens de Diogo Cão.