A mudança política ocorrida em 1974, associada à renovação do corpo redatorial da RPH, afecto ao Instituto de História Económica e Social, proporcionou as condições para que este periódico cumprisse, efectivamente, os desígnios enunciados no editorial do primeiro tomo, passando a publicar artigos referentes a “problemas” de interesse para a História “nos seus diferentes aspectos”. As mudanças registaram-se, sobretudo, na abertura à área da História Contemporânea e numa prevalência de artigos do campo da História Económica e Social. Ao longo das últimas 4 décadas, a RPH manifestou uma tendência para a publicação de volumes temáticos: o tomo XXIII (1987) publicou as Actas do Colóquio “A Revolução Francesa e a Península Ibérica”, o XXV dedicou-se à história da Indústria e o XXX (1999, mas saído em 2000) comemorou a passagem dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil (“Portugal e o Brasil. Rotas de culturas”).
Esta tendência tornou-se num princípio editorial desde o tomo XXXVII dedicado a “Formas e contextos da violência”. Com efeito, os tomos seguintes integraram dossiers temáticos sobre: “Guerras e conflitos no século XX” (XXXVIII); "Da teoria da História à didática da História" (XXXIX); “Religião, religiões e diálogo inter-religioso” (XL); “História Rural” (XLI); “Historiografia portuguesa” (XLII); “Água: vida, economia e cultura” (XLIII); “A nobreza: tempos, espaços e poderes”(XLIV); “Depois da guerra”, volume dedicado à guerra na época contemporânea (XLV) e, finalmente, no ano (2015) em que se assinalou a conquista de Ceuta, a RPH divulgou estudos sobre a “Presença de Portugal no mundo”.
A RPH, dirigida desde 2006 pela Doutora Maria Helena da Cruz Coelho, tem procurado acompanhar a agenda historiográfica actual, bem como sintonizar-se com as exigências da internacionalização de periódicos. Nesse sentido, conformou-se a partir do tomo XLI com as normas internacionais no que concerne à avaliação prévia dos artigos por pares e a outras exigências como a rigorosa periodicidade anual.