Os tomos VI (1955) e VII (1957) da RPH foram dedicados a Pierre David, medievalista francês que a Faculdade de Letras acolhera no contexto da segunda guerra mundial. Esta homenagem convocou igualmente destacados historiadores estrangeiros que abordaram temas do campo da história eclesiástica e religiosa, área da especialidade do homenageado (Pierre Meyer, Jean Godel, Louis Bassete, Pierre Vaillant, Demetrio Mansilla, Maur Cocheril, Díaz y Díaz, José Vives, Oscar Halecki, Justo Pérez Urbiel, Jeanne Vielliard, Ambroise Jobert e o modernista Louís Jadin). A participação portuguesa contou com os artigos de Torquato Sousa Soares e do jovem Avelino de Jesus da Costa que dissertaram sobre a obra de Pierre David. Por sua vez, José Mattoso colaborou com o estudo “L’Abbaye de Pendorada des origines à 1160”.
A vida do Instituto de Estudos Históricos António de Vasconcelos passará a ser marcada, na viragem dos anos 50 para os 60, pelos jovens assistentes Luís Ferrand de Almeida e António de Oliveira. O primeiro, integrou a direcção da RPH, na qualidade de Secretário, a partir do tomo VIII (1959); o segundo, a partir do IX (1960). O secretariado composto pelos medievalistas Torquato de Sousa Soares, Avelino de Jesus da Costa e Salvador Dias Arnaut passava a contar com a colaboração de dois historiadores modernistas sensíveis a novos temas e cronologias.
Entre 1959 e 1968 (tomos VIII, IX, X e XI) a RPH abriu-se à História da Expansão e do Império, sendo este o tema da maioria dos artigos. A abertura deste novo campo historiográfico explica-se pela convergência de vários factores, nomeadamente: as Comemorações Henriquinas (1960), a publicação de um volume de homenagem a Damião Peres (tomo X – 1962) e o reconhecimento internacional que Luís Ferrand de Almeida conquistara graças à sua tese de licenciatura, dedicada à Diplomacia Portuguesa e aos Limites Meridionais do Brasil (1493-1700), circunstância que o creditava para solicitar textos a historiadores que viriam a consagrar-se como grandes especialistas na História dos Impérios modernos, caso do britânico Charles Boxer, do francês Frédéric Mauro, dos brasileiros José Pinheiro da Silva, Max Justo Guedes e Guilhermino César ou dos portugueses Luís de Albuquerque e Avelino Teixeira da Mota. Numa década dedicada fundamentalmente às temáticas modernistas, a RPH acolheu ainda trabalhos de António de Oliveira, Albert Silbert, António Eiras Roel e Antonio Dominguez Ortiz.