No regresso a Portugal, lecionou na Escola Apostólica e no Noviciado da Companhia de Jesus (instalados em Soutelo, arredores de Braga), entre 1951 e 1955. Entretanto, em 1954, realizou a profissão solene dos Quatro votos na Ordem de Santo Inácio, o ritual de entrada em que se presta juramento de obediência ao Papa. Nesta sequência, em 1955 foi nomeado redator da Brotéria e, enviado para Lisboa, passou a residir na Casa dos Escritores da Companhia de Jesus, o edifício-sede da revista, além de exercer ainda a docência de Teologia no Curso Superior de Religião para Religiosas e a Direção Espiritual de religiosos e leigos (Idem, pp. 41-65).

Em 1957, por indicação de Marcelo Caetano, Reitor da Universidade de Lisboa, foi convidado pelo Professor Doutor Vitorino Nemésio para exercer a docência na Faculdade de Letras de Lisboa, atividade iniciada, como segundo assistente, em janeiro de 1958, e que abraçou até ao final da vida, de par com a vida sacerdotal (e.g., direção espiritual, etc.). O elevado nível científico e o sucesso obtido junto dos alunos levaram o novo diretor da Faculdade, Orlando Ribeiro, a propor em agosto de 1959 a sua contratação como professor do quadro, sem ter logrado este objetivo. Pouco tempo depois, o Padre confessava na correspondência aos seus amigos Mécia e Jorge de Sena a dificuldade que sentia em acompanhar a vida universitária e, sobretudo, o quanto estava impossibilitado de prosseguir a investigação, a ponto de ter pedido demissão, pedido esse indeferido por intervenção do próprio Marcelo Caetano.

Por volta de 1959, como escreveu a Jorge de Sena e confessou mais tarde a Manuel do Carmo Ferreira, considerou desenvolver uma tese de doutoramento nunca concretizada, intitulada “Mística e Filosofia em Plotino”, para a qual realizou todas as leituras. Teve mais um momento de indefinição quando, já em 1978, decorreu um inquérito pelo facto de o docente ser desprovido de qualificação académica oficial, embora, como lembrou um dos consultados neste processo, tivesse “a formação toda da Companhia de Jesus, desde as Humanidades Clássicas à Teologia e Filosofia” (Um pedagogo…, 2011, p. 180).

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